O Estádio Olímpico deixou de ser um porto seguro para o Grêmio. Pelo menos nas quatro primeiras rodadas do Brasileirão. Os números desmentem o otimismo da direção e da comissão técnica, que confiam no fator local diante do Coritiba, às 16h de domingo, para reverter a situação da equipe, há cinco jogos sem vitória. Em casa, foram quatro jogos e apenas um resultado positivo, contra o Bahia na terceira rodada. De resto, dois empates e uma derrota, ou 46% de aproveitamento. O retrospecto recomenda: Julinho Camargo terá trabalho em sua estreia diante da torcida.

Brasileirão no Olímpico
2009 - 14 V, 5 E, 0 D - 82%
2010 - 11 V, 4 E, 4 D - 65%
2011 -    1V,  2E,  1D - 41%

Na comparação com os anos anteriores, a queda do desempenho no Olímpico fica ainda mais evidente no Brasileirão. Em 2009, o ápice da supremacia em casa: não interessava o técnico (Roth, Rospide ou Autuori), o Grêmio atropelava os adversários. Deixou aquele ano sem derrota em seus domínios. No Brasileirão, colecionou 14 vitórias e cinco empates, incríveis 82% de aproveitamento. A campanha fora de casa, no entanto, acabou vitimando a equipe, que não chegou nem perto da Libertadores.

"Tenho muita expectativa no domingo,
porque é na frente do torcedor, e o
clube é forte dentro de casa"
Julinho Camargo, técnico do Grêmio

Como auxiliar ou técnico interino, Marcelo Rospide viveu de perto esse período de hegemonia. Somando todas as partidas, a invencibilidade no Olímpico durou quase dois anos. A última derrota do Grêmio havia acontecido em 13 de setembro de 2008, contra o Goiás. Depois de 51 jogos invicto, o time perdeu para o Pelotas em 8 de abril. Para Rospide, um grupo qualificado é requisito básico para fazer o torcedor se mobilizar.

— Tínhamos um grupo mais experiente, até em termos de qualidade, era um grupo bem qualificado, com bastante opções (em 2009). Conseguíamos impor nosso jogo, inclusive com resultados elásticos — lembra o atual coordenador técnico do Porto Alegre. — A equipe era muito efetiva. Estranhamente, não conseguia repetir fora.

"Quando não der no futebol, tem que ser
na superação, com ajuda da torcida, gostando
ou não gostando da direção ou do time"
Paulo Odone, presidente do Grêmio

Em 2010, a partir da chegada de Renato, o Grêmio equilibrou. Passou a vencer tanto fora quanto em casa. O aproveitamento no Olímpico caiu, é verdade, mas continuou em bom patamar: 65% (11 vitórias, 4 empates e cinco derrotas). Bem superior aos quatro jogos no Brasileirão deste ano, cujo aproveitamento mal supera os 40%.

Além da falta de vitórias no Brasileirão, o Olímpico foi palco de outras decepções este ano. Jogando em casa, o Grêmio foi derrotado pela Universidad Católica e pelo Inter. Abandonou a Libertadores e viu o rival comemorar o título do Gauchão em solo azul. Vice de futebol e presidente do clube na vitoriosa década de 1990, em que o Grêmio empilhava triunfos em decisões no Olímpico, Luís Carlos Silveira Martins, o Cacalo, acredita que a razão dos últimos resultados seja "erros internos".

— Não saberia atribuir ao espírito dos jogadores, que têm que ser valentes, se dedicar, ou ao espírito de quem comanda — projeta. — Desde que fui dirigente, costumo dizer que, dentro do Olímpico, o Grêmio é favorito contra Real Madrid, Barcelona, Milan, seja quem for. Tem que ser sempre ser favorito dentro de casa.

Próximos jogos:
10/07 - Grêmio x Coritiba
17/07 - Figueirense x Grêmio
24/07 - Grêmio x Santos

>>Confira:

Simulador de classificação
Faça suas previsões rodada a rodada e confira como seu time fica na tabela de classificação do Brasileirão 2011

Histórico de desempenho
Confira como foi o seu time nas últimas edições do Brasileirão e compare o desempenho com o de outras equipes em gráficos

Seleção clicEsportes
Escolha os craques, o melhor esquema e o principal técnico do Campeonato Brasileiro