Esportes | 01/07/2011 08h30min
Definida a saída de Renato, começa a busca pelo novo técnico do Grêmio. Mais do que a posição intermediária na tabela do Brasileirão, as atuações do time são o grande alvo de preocupação da direção. A troca no comando da equipe também surge como uma oportunidade para se mudar o perfil do técnico.
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A história mostra que o presidente Paulo Odone prefere times sólidos na defesa, antes de um ataque possante. Era notória sua restrição ao estilo ofensivo de Renato. Com essa justificativa, demitira Vagner Mancini no início de 2008, mesmo com a campanha invicta do técnico, e trouxera Celso Roth. Além deste, outros quatro técnicos estariam na mira da direção. Adilson Batista, Cuca, Diego Aguirre e Dorival Júnior. O clube não fala em nomes, mas está certo quanto às características do futuro treinador.
— O perfil de treinador que estamos procurando é alguém que mantenha essa ambição de vencer e que possa reorganizar o time, que seja de proteção, mas também de ambição pela vitória — afirma o vice-presidente de futebol Antônio Vicente Martins.
O clicEsportes resgatou o histórico dos técnicos cogitados para medir a temperatura: qual deles se assemelha mais aos planos do Grêmio, de mais segurança defensiva, sem correr riscos? O "ranking" se divide em três categorias: longe, no meio do caminho ou dentro do perfil. Confira as projeções:
Adilson Batista - No meio do caminho
Conhecido pela personalidade difícil, Adilson também apresenta pontos negativos em campo. Acabou de deixar o Atlético-PR após pouco mais de dois meses no clube. Apesar da empatia da torcida, ficou marcado por jamais ousar esquemas mais ofensivos e rechear o time de volantes sem conseguir dar segurança à defesa. Em uma partida, chegou a escalar quatro marcadores no meio, adiantando Paulo Baier para o ataque. O desequilíbrio está escancarado na tabela do Brasileirão: na era Adilson, o time marcou apenas um gol e levou 10.
Celso Roth - Dentro do perfil
Roth coleciona bons trabalhos e o título da Libertadores pelo maior rival. Mesmo assim, é alvo de críticas das duas maiores torcidas do Rio Grande. Sustenta a fama de retranqueiro e admirador de volantes. Em suas passagens pela Dupla, os volantes costumavam ser questionados (caso de Wilson Matias, em 2010, no Inter, e Polga e Eduardo Costa, em 2000, no Grêmio). No entanto, a história registra times equilibrados, que começam por uma defesa consistente e um ataque, senão volumoso, pelo menos de bom aproveitamento das chances (Grêmio em 2008 e Inter em 2010). Nesse quesito, ganharia pontos com Odone.
Cuca - Dentro do perfil
O temperamento e o estilo de jogo não combinam. Fora de campo, Cuca ficou conhecido como um técnico de temperamento instável, com momentos de desequilíbrio. Não consegue administrar a pressão e remotivar o grupo. Exemplo maior está no Cruzeiro, em que afundou após cair na Libertadores. Como estrategista, deve agradar a Odone. Prima por montar equipes equilibradas, com defesa sólida e a ataque talentoso. Herdou de Adilson Batista o meio-campo com três volantes e apenas Montillo na armação e deixou o título do Brasileirão escapar justamente quando tentou acomodar Gilberto e Roger entre os titulares. Abriu mão de um marcador e viu o time perder consistência. Na grande arrancada do Fluminense para escapar do rebaixamento em 2009, um dos pontos fortes da equipe de Cuca era exatamente a defesa.
Diego Aguirre - No meio do caminho
Tem trajetória semelhante à de Renato. Era ídolo do Peñarol como jogador e, como técnico, manteve a idolatria, chegando à final da Libertadores deste ano. A personalidade tranquila esconde um estrategista pragmático. Segundo a imprensa uruguaia, tem um "estilo clássico" de comandar a equipe. Ou seja, conserva as características seminais do futebol do país. Arma equipes muito sólidas na defesa, extremamente aplicadas na marcação. No entanto, não consegue o mesmo equilíbrio no ataque. Apoiado nos contragolpes, costuma deixar de lado a ideia do articulador e aposta em ligações diretas e jogadores velozes, como Martinuccio.
Dorival Júnior - Longe do perfil
Sofre no Atlético do mesmo mal de Renato no Grêmio: a carência de peças de reposição. Faz uma campanha mediana no Brasileirão (oito pontos em sete jogos) e mantém a fama de ofensivista de seus clubes anteriores. É visto pela imprensa mineira como um "falso retranqueiro". Joga com três volantes (Dudu Cearense, Serginho e Richarlyson), mas não consegue consistência defensiva. Assim como acontecia no Grêmio, os volantes do Galo saem em demasia e deixam os zagueiros desprotegidos. Mais fatores colocariam Dorival longe do Olímpico: a multa rescisória é muita elevada e o presidente Alexandre Kalil não tem histórico de demitir os técnicos na primeira pressão da torcida.
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Dorival Júnior, Adilson Batista, Cuca, Diego Aguirre e Celso Roth são os nomes com mais força
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