Quando Zé Roberto começou a aquecer para entrar no Gre-Nal decisivo do Gauchão, aos 29 minutos do primeiro tempo, recebeu manifestações contrárias da torcida do Grêmio, das arquibancadas. De acordo com o jogador, não eram somente vaias, mas críticas racistas.

Zé Roberto não se deixou abater. Pelo contrário, usou as críticas para inflar seu ânimo e buscar mais forças para tentar reverter a situação que era até então adversa. 

– Entrei querendo mais ainda do que o normal. Foi uma situação totalmente nova. Só me motivou a mais – contou, visivelmente constrangido com a situação.

Experiente aos 30 anos, o jogador passou por uma situação totalmente nova. Já passou pelo futebol português, japonês e alemão. Mas garante que nunca havia sido vitima de racismo em partidas de futebol.   

– Que houve, houve. Quando estava aquecendo, torcedores começaram a chamar de macaco. Segundo alguns companheiros meus, isso é normal no Olímpico. Fiquei meio assustado, isso é ruim. Nunca passei por esse tipo de situação em outros países. Só temos que lamentar. É um sentimento nojento – lamentou.

Chateado, disse que não irá tomar nenhuma atitude em relação ao assunto:  

– Quem tem que tomar atitude é a federação, o atleta só tem que jogar futebol. Não sei se o clube vai tomar alguma atitude. Só fico triste pela situação ruim. Procuro esquecer. Todo mundo ficou chateado.

>> Veja como foi o Gre-Nal que decidiu o título
>> Veja a crônica da decisão
>> Confira fotos do jogo