Já são 180 minutos em campo e nenhum gol sofrido. O goleiro Renan espera que a chegada de Paulo Roberto Falcão ao comando técnico da equipe do Inter signifique uma nova fase em sua vida. O jogador foi bastante criticado após a derrota no Mundial para o Mazembe. Nada perto do drama familiar que sofreria meses depois. Em março deste ano, o atleta perdeu a mãe após acidente de carro em uma estrada que ligava Porto Alegre à zona sul do Estado. O pai, que estava junto, sofreu ferimentos graves, mas agora está melhor de saúde e prestes a deixar o hospital.

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Renan agradece aos companheiros de clube pela força em um momento difícil da vida:

— Ano passado foi difícil, mas nada se compara ao momento pessoal. É complicado. Minha família é muito unida. Infelizmente a morte da minha mãe aconteceu em um momento que tudo estava tranquilo. Nasceu minha filha Sofia, que agora tem quatro meses. O maior orgulho da minha mãe era me ver vestindo a camiseta do Inter. Recebi carinho das pessoas do clube. Todos se mostraram preocupados. O futebol e a vida são coisas paralelas, mas uma coisa assim tão forte a gente sente. Nunca mais vai ser igual, mas cada vitória será especial para poder curtir com meu pai — comentou.

Neste ano, Renan conta com a ajuda de um antigo parceiro. Marquinhos, que já trabalhou com ele na primeira passagem pelo clube, assumiu como novo preparador de goleiros. O jogador destacou algumas coisas que dificultaram suas atuações em 2010, mas espera que, a partir de agora, tudo se modifique.

— Tive tempo de readaptação ao futebol brasileiro. No ano passado, todos que chegaram da Europa comigo tiveram problemas, de uma forma ou outra. Fico feliz com esta nova oportunidade, mas triste pela lesão do Lauro. Estou mostrando segurança, coisa que não conseguiu manter uma regularidade neste sentido no ano passado.

Renan acredita que a nova forma que o time está jogando, com os jogadores mais adiantados, favorece o sistema defensivo colorado:

— A ideia do Falcão de adiantar o time um pouco mais acaba levando o adversário ao erro. Estamos tendo um número de bolas roubadas no meio muito maior do que tínhamos antes, pela maneira de jogar com duas linhas de quatro. Os adversários ainda criam chances, mas mais pelas laterais. Isto dá mais chance de defesa para o goleiro e também dá mais chance do zagueiro retardar a jogada deles — declarou o goleiro, cujo empréstimo ao Inter termina no meio do ano.