Ficou tudo para o dia 21 de março. Nesta data, o Conselho Deliberativo do Inter votará no modelo que será adotado na reforma do Beira-Rio. Embora o autofinanciamento não tenha sido descartado, a reunião desta terça-feira indicou que a maioria dos conselheiros optará por um sistema com parceria, preferido pelo presidente Giovanni Luigi.

– A gestão entende que o modelo de parceria é o ideal para não deixar o clube refém de prestações altíssimas em um curto espaço de tempo. Lutaremos para que a Copa do Mundo fique no Beira-Rio. O clube, a cidade ou o complexo. Todos ganharão com o Mundial – afirmou Luigi.

No encontro desta segunda-feira, no qual 254 conselheiros assinaram a ata de presença, o movimento Convergência Colorada sugeriu uma terceira via, no qual o clube optaria pelo sistema de parceria, mas abriria licitação para que outras empreiteiras ingressem na disputa com a Andrade Gutierrez. O objetivo com isso é tentar barganhar maiores benefícios durante os 20 anos em que o complexo Beira-Rio será explorado comercialmente pela construtora ou até reduzir esse prazo.

Tendo em vista a indefinição envolvendo as obras de modernização, Luigi criou uma nova comissão com 13 representantes do conselho – ligados ao ramo de construção ou acostumadas com grandes investimentos financeiros –  para avaliar o sistema de reforma do estádio. A partir de então, o dirigente apontou 15 dias para que novas propostas de outras empreiteiras sejam encaminhadas ao clube para competirem com a da Andrade Gutierrez.

– Não sabemos se 15 dias serão o suficiente. Mas não posso estipular 30 ou 40 dias e correr o risco do Beira-Rio ser descredenciado. Mas acredito que o sistema parceria possa servir de garantia para a Fifa – comentou. 

O ex-presidente Vitorio Piffero deixou a reunião desta segunda por volta das 22h30min. O dirigente não se disse frustrado pelos rumos que as obras estão tomando, mas “preocupado” com a situação do clube. Segundo ele, que defende o autofinanciamento, a proposta atual da Andrade Gutierrez é pior do que a apresentada em 2010.

— Hoje temos uma única proposta, que é pior do que a do ano passado. Aumentou de 18 para 20 anos — frisou Piffero, explicando que foi ele quem trouxe a Andrade Gutierrez para negociar com o Inter. — Em uma obra dessa magnitude, no mínimo 30 dias serão necessários para que o clube receba novas propostas. E o primeiro ultimato dado pela Fifa foi em julho de 2010 — acrescentou.

Convergência rouba a cena

O grupo Convergência Colorada acabou como fundamental na reunião desta segunda-feira, tendo em vista que a proposta apresentada pelo movimento foi bem aceita pela diretoria. Com o apoio do movimento, a atual situação alcançará número suficiente de conselheiros para aprovar a parceria.

Os quatro pontos da proposta do Convergência:

1. Optar pela parceria, mas abrir concorrência para outras construtoras
2 A parceira deve dar todas as garantias exigidas pela Fifa.
3. Uma consultoria especializada em construção de estádios deve ser contratada, para assessorar na confecção do contrato e acompanhar as obras.
4. Uma agenda deve ser criada para que o Conselho acompanhe a obra.