Idolatrado pela torcida do Avaí, o atacante Evando é um predestinado. O seu histórico pelo clube comprova isso. Em quatro passagens e 99 jogos pelo clube, o artilheiro dos gols bonitos balançou as redes adversárias 43 vezes. A centésima partida pode ocorrer neste domingo, diante do Criciúma, na Ressacada, e ele espera fazer valer o dom divino.

Na última quarta-feira, diante do Brusque, Evando justificou o apelido de "O iluminado". A torcida dava sinais de impaciência com o time, que jogava mal. Evando aguardava silenciosamente entre os reservas. Na metade do segundo tempo, o estádio inteiro passou a pedir o seu ingresso no time e o técnico Silas cedeu aos apelos.
Chamou o atacante para substituir Cristian e o artilheiro não decepcionou.

Aos 33 minutos, o lateral Julinho alçou a bola na área e "O Iluminado" enquadrou o corpo para desferir o golpe mortal, de cabeça, no canto direito do goleiro João Henrique. Um gol que literalmente estremeceu a Ressacada e fez o artilheiro ir às lágrimas.

— Quando eu fiz o gol, falei: "Deus, obrigado, nasci para jogar nesse time". Me emocionei, não tenho vergonha de dizer. Quando entro em campo pelo Avaí parece que volto a ser criança. Trabalho sempre se fosse o primeiro dia e é por isso que as coisas acontecem — afirmou.

Experiente, Evando sabe que futebol é momento. Após deixar o Avaí pela última vez, em 2009, o atacante passou por Ponte Preta, Mirassol e Náutico. Na equipe pernambucana, ele viveu um dos piores momentos da carreira. Sofreu uma lesão no joelho e ficou oito meses longe dos gramados. Decidiu, então, se reaproximar do Avaí.
Ficou quase dois meses trabalhando em silêncio para recuperar a parte física. Quando conseguiu, tratou de se reconciliar com o presidente João Nilson Zunino e recebeu do dirigente uma nova chance.

Hoje, aos 33 anos, Evando tem contrato com o Avaí até o final de maio. Se for bem no Estadual, o vínculo pode ser renovado. É o que ele mais quer.

— Meu sonho era vestir essa camisa de novo e quando recebi a oportunidade prometi que iria treinar muito. Quem sabe, daqui alguns anos, eu imortalize a minha história em um livro — ressaltou.