A explanação do ex-presidente Vitorio Piffero, defendendo o modelo de que o próprio clube arque com as despesas da reforma do Beira-Rio, na reunião de quarta do Conselho Deliberativo, ainda repercute e incomoda, de certa forma, a atual gestão. Para o atual vice de futebol, Roberto Siegmann, o ex-mandatário do clube deveria deixar que as coisas tomem o rumo com a decisão do colegiado.

— Ele tem todos méritos e as honras por ter ocupado o cargo. Ele está na história do clube assim como tantos outros, mas é página virada. Agora está na condição de ex-presidente — disse Siegmann. — É como se o Lula agora fosse querer opinar ou alertar a Dilma sobre a melhor maneira de tomar decisões.

O vice descarta que se trate de divergência política com a antiga gestão e que a discórdia fica apenas na melhor forma de fazer a reforma do Beira-Rio andar. Siegmann considera que o modelo auto-sustentável não dá fluxo de caixa para cumprir o orçamento de cerca de R$ 200 milhões.

— Seria ótimo se tivéssemos uma situação financeira favorável. Não precisaríamos abrir mão de nada. Não encontramos um parceiro para nos financiar junto ao BNDES, já que eles não fazem financiamento para clubes de futebol. No meu entendimento, a saída é a parceria, apesar de entregar a área do entorno do Beira-Rio por 20 anos.

O Conselho Deliberativo tem pressa. No dia 14 haverá mais um encontro para discutir o assunto. Se todos estiverem com dúvidas esclarecidas, a votação será no mesmo dia. Caso contrário, a tendência é que a data passe para o dia seguinte. Siegmann alerta que o clube está com o prazo estourando para tomar a decisão:

— Se não tomarmos a decisão até o dia 16 perderemos a sede da Copa do Mundo aqui. Pode escrever que eu assino embaixo — completou.