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Esportes  | 03/03/2011 15h08min

Funcionários revelam condições de moradia em alojamento da Arena

Obras do novo estádio do Grêmio estão embargadas por irregularidades

Gustavo Heldt  |  gustavo.heldt@rbsonline.com.br

A OAS terá de resolver irregularidades para retomar as obras do novo estádio tricolor. Após embargo da Arena do Grêmio, funcionários revelaram as condições de moradia do alojamento, no bairro Humaitá, em Porto Alegre.

— Nem um porco quer viver ali — disse Jairo Nascimento dos Santos, de 32 anos, que morou no local durante menos de dois meses. — Era Deus que cuidava da gente. Tenho duas filhas e uma mulher que dependem de mim. Tem gente que não reclama de medo — revelou o baiano nesta quinta, em frente a um dos portões da Arena, antes de tentar entrar em contato com a OAS para regularizar sua demissão.

>>> Veja a galeria de fotos do alojamento

Ao seu lado, outros operários reclamavam. Entre as críticas, ida ao banheiro cronometrada, salário menor do que o prometido, saudade da família e comida indigesta.

Desde o início desta manhã, fiscais do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre (STICC) rondavam as obras para passar informações aos funcionários. De acordo com o fiscal do STICC Dercírio Cardoso da Silva Jr., o sindicato se responsabilizou por alertar o Ministério do Trabalho sobre as irregularidades. Após a visita de auditores da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego na terça, a construção foi embargada. Isso significa que só poderão ser retomadas as atividades depois da anuência do órgão, que espera a resolução de problemas envolvendo as condições de trabalho e moradia dos operários.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada, que negocia diretamente com a OAS, a construtora marcou reunião para esta tarde, a fim de fazer nova proposta aos funcionários. O presidente do SITICEPOT, Isabelino Garcia, disse que um prédio em Cachoeirinha já foi alugado para os operários, incluindo os 45 que residiam no alojamento. As duas reivindicações do sindicato são: 10% de aumento dos salários e diminuição do intervalo entre as viagens pagas pela construtora aos funcionários que desejam retornar ao seu estado de origem, no Nordeste do país.

Procurada pela reportagem, a OAS não quis se manifestar sobre o assunto.

Na noite de quarta, a Grêmio Empreendimentos emitiu nota oficial sobre a paralisação das obras:

— Estamos acompanhando todo o empenho da OAS em resolver a situação o mais breve possível, buscando a melhor forma de atendimento das reivindicações. O cronograma da obra está em dia e a Grêmio Empreendimentos confia que os prazos continuarão sendo cumpridos.

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