Gustavo Heldt  |  gustavo.heldt@rbsonline.com.br

Após o Mundial de Clubes da Fifa 2010, não há torcedor no planeta que desconheça Kidiaba, o goleiro exótico do vice-campeão Mazembe. Em seleção do clicEsportes, o jogador africano pula na frente na lista dos cinco grandes personagens de Abu Dhabi. Confira a relação:

Kidiaba, o Bizarro

Foto: Hassan Ammar, AP.

Tudo começou no dia 10 de dezembro, após o gol do Mazembe contra o Pachuca, no segundo confronto do Mundial de Clubes. O goleiro Kidiaba, de cabelo peculiar e defesas curiosas, comemorou de uma maneira inusitada: quicando de bunda no chão. A partir dali, a boa atuação no duelo da semifinal com o Inter, em que ele segurou tudo, e o jogo final contra a Inter de Milão sacramentaram-no como o grande personagem de Abu Dhabi.

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Rafael Sobis, o Desolado

Foto: Jefferson Botega.

O atacante colorado foi um dos símbolos da tristeza que abateu jogadores, comissão técnica, direção e torcedores do Inter após a eliminação no Mundial, em partida com o Mazembe. O atleta escreveu, em seu blog, um relato emocionante sobre a dor da perda e a busca da superação. Em campo, Sobis mostrou grande garra contra o time africano, embora não tenha arrematado com precisão nos momentos decisivos.

— Passei a noite em claro, sem conseguir dormir, buscando explicação… A torcida foi maravilhosa. Foi uma invasão em Abu Dhabi, algo lindo de se ver. Mas não conseguimos cumprir nosso objetivo. Não me sai da cabeça todo o filme da noite de ontem… Hoje, tivemos um trabalho pela manhã e não aguentei… O treino acabou, sentei numa cadeira antes de voltar para meu quarto. Um colorado apareceu, deu apoio, disse palavras de incentivo e não segurei as lágrimas… chorei.

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Eto'o, o Sacoleiro

Foto: Jefferson Botega.

Ao marcar o segundo gol da Inter de Milão na final, o melhor jogador do Mundial provou que comemoração estranha não se restringe ao Mazembe, mas é comum a todo o continente africano. O camaronês correu para a beira do gramado, colheu duas sacolas plásticas e ergueu-as, resoluto. O mistério permanece:

— Não posso dizer, é algo entre Materazzi, Stankovic e eu — afirmou.

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Molina, o Solitário

Foto: Hussein Malla, AP.

O meia do Seongnam, ex-Santos, consagrou-se como o artilheiro da competição, com três bolas na rede. Apesar do bom desempenho, o jogador mostrou, durante o Mundial, que poderia render ainda mais se tivesse companhias mais adequadas na frente. A qualidade do atleta era esmorecida a todo momento pela imperícia técnica do próprio time. Os sul-coreanos dependiam de Molina para tudo: cobranças de falta, escanteios, dribles, lançamentos e gols.

Lúcio, o Desgarrado

Foto: Jefferson Botega.

Uma manifestação infeliz criou um clima de constrangimento absoluto entre o ex-colorado Lúcio e a delegação do Inter em Abu Dhabi. Após a derrota vermelha para o Mazembe, na semifinal, o zagueiro criticou o modo como o time gaúcho deixou Porto Alegre:

— Eu acredito que o Inter já teve uma grande perda quando saiu de Porto Alegre. Fazer festa antes de disputar uma competição é algo perigoso. Entrar com o moral elevado nunca é bom. Ontem, isso veio à tona.

A declaração repercutiu mal entre os jogadores do Colorado. O capitão Bolívar foi quem puxou o coro de protesto:

— Lúcio tem história no Inter, mas não mais do que este grupo aqui. A história se faz com títulos. E nós temos títulos pelo clube. Acho que ele foi infeliz.

No fim, o atleta da Inter de Milão levou a melhor na competição, com a conquista do Mundial. Mas o momento de entrega do troféu revelou uma mágoa que não será esquecida em breve.

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