Durante boa parte da Libertadores de 2006, Elder Granja era o dono da lateral-direita do Inter. Sua condição de titular sequer era ameaçada. Até que uma lesão muscular na panturrilha na semifinal o afastou das fases mais importantes da competição. O seu substituto, Ceará, deu conta do recado e não largou mais a camisa 2. Granja foi convocado para o Mundial, mas assistiu do banco de reservas o titular da posição anular Ronaldinho, um dos melhores jogadores do mundo na época.

Mas a condição de coadjuvante não faz de Elder Granja menos campeão do mundo. Essa é a opinião do jogador, que está com 28 anos e retorna ao Vasco depois de um período de empréstimo no Atlético-PR.

— Todo mundo que participou daquela campanha tem a mesma importância. Cada um colaborou de uma forma para que o grupo conseguisse o objetivo final. Eu fui importante na Libertadores, infelizmente tive a lesão. Mas sou campeão como qualquer um dos 23. Foi um grande aprendizado aquele Mundial — diz.

Mesmo sem pisar no gramado em Yokohama, Granja fala com a experiência de quem já viveu o clima da competição de clubes mais importante do mundo. O lateral ressalta os perigos do primeiro jogo, que, segundo ele, pode pregar peças.

— O peso da estreia em um Mundial fala muito alto. Nós quase deixamos escapar na semifinal. É preciso ficar muito atento, não deixar a ansiedade entrar em campo e encarar com seriedade. Eu não vejo diferença de dificuldade em enfrentar um time africano ou um europeu.

Depois do Mundial, Granja não conseguiu mais se firmar na equipe colorada. Deixou o clube em 2007 e rodou por Palmeiras, Atlético-MG, Sport, Vasco e Atlético-PR, mas as suas principais lembranças no futebol estão atreladas ao Beira-Rio.

— Não tenho nenhuma mágoa do Inter. Pelo contrário, só tenho a agradecer ao clube por tudo o que proporcionou para a minha carreira. Foi aí que eu apareci e conquistei os títulos mais importantes da minha vida. Mas a vida continua e vou tentar reencontrar a boa fase.