A conquista do título mundial de 2006 em Yokohama, no Japão, segue viva na memória do atacante Fernandão, hoje no São Paulo. Em entrevista ao programa Globo Esporte, da RBS TV, o jogador disse ter chorado depois de sair de campo devido a uma cãibra durante a vitória por 1 a 0 sobre o Barcelona.

– Tive a primeira cãibra, e depois a segunda. Fui correr de novo e as duas pernas travaram. Caí ao chão e pedi a Deus: "me dá forças para continuar, sei que sou importante". Naquele momento, eu não era mais o Fernandão. Fiquei chateado e chorei porque não estava sendo derrotado por uma lesão, ou pelo time do Barcelona, mas por uma cãibra – declarou.

Fernandão tinha a função de marcar a saída de bola do Barcelona, que ficava sob responsabilidade do volante brasileiro Thiago Motta. Ao sentir o problema muscular, o meia-atacante teve dificuldades para cumprir a missão

– Falei para o Abel: "não consigo segurar o cara, ou você me adianta para eu tentar um cabeceio em uma bola parada, ou você me tira". Ele optou por me tirar, mas o Índio quebrou o nariz. Tive de me segurar – lembrou.

Mas Índio voltou a campo, e Fernandão deixou o campo para a entrada de Adriano Gabiru. O meia, que era contestado pela torcida, acabou anotando o gol mais importante da história colorada.
 
– Foi um filme que teve começo, com a chegada do Abel; meio, com a conquista da Libertadores e o fim da melhor maneira, com o gol do Gabiru, aquele cara que sofreu durante toda a temporada em relação a rejeição do torcedor, mas que sempre teve a confiança do grupo – recorda.

Apesar de defender o São Paulo, Fernandão vai torcer pelo Inter durante o Mundial de Abu Dhabi. O motivo é o carinho que ainda sente por alguns ex-companheiros, como Bolívar, Índio, Rafael Sobis e o hoje preparador de goleiros Clemer, entre outros.

– Sou meio do bicho do mato. Vou para o Araguaia pescar. Levarei uma televisão daquelas com bombril na antena. Estarei olhando porque tenho grandes amigos lá. Não vai passar em branco. Vou torcer porque há jogadores que merecem – disse.