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 | 29/11/2010 20h22min

Documentos secretos divulgados pelo WikiLeaks apontam Santa Catarina na rota de terroristas

Possível terrorista envolvido com grupos islâmicos foi preso no Estado em 2007

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Um telegrama revelado pelo site WikiLeaks do ex-embaixador dos Estados Unidos no país, Clifford Sobel, enviado para Washington, aponta que um possível terrorista envolvido com grupos de terror islâmicos foi preso em Santa Catarina em 2007. O documento, que faz parte de um dos maiores vazamentos da história, informa que o suspeito foi detido pela Polícia Federal (PF) sob a acusação de não ter declarado dinheiro na hora de entrar no Brasil.

O WikiLeaks é um site que teve acesso a documentos sigilosos do governo americano. Os dados são divulgados ao público, como já ocorreu duas vezes neste ano. No caso que envolve o Estado, nem a nacionalidade e a idade do suposto terrorista são revelados no documento.

A Superintendência da PF em Santa Catarina confirmou que houve o caso de um estrangeiro preso em Joinville nesta data por problemas com a declaração de valores ao entrar no Brasil. Mas a Comunicação Social informou que a suspeita era por lavagem de dinheiro ligada ao tráfico de drogas.

O chefe da Delegacia em Joinville disse que não se recorda de nenhum caso envolvendo extremistas religiosos e que uma consulta ao sistema deu resultado negativo.

O Itamaraty informou que não vai se manifestar sobre as revelações sobre um suposto terrorista preso em Santa Catarina porque não sabe o conteúdo dos documentos. Justificou também que não é possível comprovar a veracidade do telegrama apresentado pelo Wikileaks.

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que é citada pelo site como órgão que investiga terroristas no Brasil, informou por e-mail que não se pronunciará.

A divulgação feita no domingo afirma que o governo do Brasil permanece bastante sensível às alegações que organizações terroristas ou extremistas têm uma presença ou estão com atividades país. O texto informa que o governo brasileiro é um parceiro cooperativo, mas que prefere manter as atividade sob sigilo. Os materiais que citam o Brasil são datados de janeiro de 2008.

De acordo com o site, a principal preocupação de brasileiros e americanos são atividades individuais vinculadas com o terrorismo — particularmente suspeitos extremistas sunitas e alguns indivíduos ligados ao Hezbollah — em São Paulo e outras áreas do sul do país.

O governo Brasileiro rejeita vigorosamente qualquer alegações de que terroristas tenham uma presença no Brasil — seja para levantar fundos, arranjar logísticas ou mesmo transitar pelo país.

De acordo com o material, o tema é tratado com cuidado no país em parte pelo "medo de estigmatizar a grande comunidade muçulmana no Brasil" ou de "prejudicar a imagem da área como um destino turístico".

WikiLeaks

O WikiLeaks é um site que recebe documentos que governos e empresas querem manter secretos e os divulga na Internet. Ele existe há anos, mas ganhou destaque internacional este ano, com três vazamentos.

No primeiro, publicou um vídeo feito por um helicóptero americano, que parece mostrar um ataque contra dois funcionários da agência de notícias Reuters e outros civis. O segundo tornou públicos 77 mil arquivos de inteligência dos EUA sobre a guerra do Afeganistão. O terceiro divulgou mais 400 mil arquivos expondo ataques, detenções e interrogatórios no Iraque.

Considerado persona non grata por Washington, o fundador do site, Julian Assange, é cotado para ser escolhido "homem do ano" pela revista Time. Neste mês, foi emitida uma ordem internacional de prisão para que Assange seja detido sob a acusação de estupro, abuso sexual e coação.

Confira o que dizem os relatórios a respeito de alguns líderes mundiais

Abdullah
- O rei Abdullah da Arábia Saudita pediu aos EUA para atacar o Irã e destruir seu programa nuclear, segundo os textos vazados. Um memorando afirma ainda que o trabalho conjunto com Washington para conter a influência iraniana no Iraque "era uma estratégia prioritária para o rei e seu governo".

Silvio Berlusconi
- A respeito do primeiro-ministro italiano, o material detalha suas "festas selvagens" e revela uma desconfiança profunda despertada pelo mulherengo premier em Washington. "Ele é inefetivo como um líder europeu moderno", "um líder física e psicologicamente fraco" cujas "festas não permitem descansar o suficiente".

Vladimir Putin

- Da embaixada em Moscou em 2008 foram coletadas informações sobre o relacionamento entre o presidente russo, Dmitry Medvedev e seu premier, Vladimir Putin, observando que era "um Robin para o Batman de Putin". Ele é retratado como um político autoritário com um estilo pessoal machista.

Kim Jong-il
- O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-il, também é alvo de críticas. As fontes diplomáticas o descrevem como um "velho cara" que "sofreu traumas físicos e psicológicos" como consequência de um problema de saúde.

DIÁRIO CATARINENSE, COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA ESTADO
 
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