Mundo | 29/11/2010 10h33min
A ONU anunciou na noite de domingo que confia que os Estados membros respeitem as imunidades garantidas à organização, em sua primeira reação às revelações do site WikilLeaks de que funcionários dos Estados Unidos recebem ordens para espionar os empregados das Nações Unidas.
— A ONU não se encontra em posição de comentar sobre a autenticidade do documento que solicita informações sobre seus funcionários e suas atividades — disse uma fonte da organização.
Um documento secreto enviado a diplomatas em nome da secretária de Estado Hillary Clinton em julho de 2009 ordena a obtenção dos detalhes técnicos dos sistemas de comunicação dos principais funcionários da ONU, informa o jornal britânico The Guardian.
O New York Times informa que uma nota assinada por Hillary ordena aos funcionários do governo americano na ONU que obtenham "informações biográficas e biométricas dos principais diplomatas da Coreia do Norte".
O Guardian acrescenta que a ordem também determinava a obtenção de dados do secretário-geral Ban Ki-moon, em especial sobre seu "estilo de gerenciamento e tomada de decisões, assim como sua influência sobre o secretariado".
Washington também solicita os números dos cartões de crédito, endereços de e-mail, números de telefones, fax e até mesmo os números da contas de passagens aéreas de funcionários da ONU.
Entenda o caso
- A divulgação de documentos diplomáticos feita pelo site WikiLeaks veio a público neste domingo (29/11/2010), no maior vazamento da história.
- São mais de 250 mil mensagens do Departamento de Estado americano, em que são revelados episódios ocorridos nos pontos de maior conflito no planeta e informações que expõem a política exterior dos EUA
- Diplomatas receberam ordens para espionar inimigos e aliados. O governo americano pediu a funcionários de 38 embaixadas e missões diplomáticas informações pessoais sobre o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e representantes ligados de Sudão, Afeganistão, Somália, Irã e Coreia do Norte
- O material também mostra os movimentos entre EUA e aliados para fazer frente ao terrorismo e ao radicalismo islâmico, bem como detalhes sobre episódios como o boicote da China ao Google e negócios conjuntos de Vladimir Putin e Silvio Berlusconi no setor de petróleo
Confira o que dizem os relatórios a respeito de alguns líderes mundiais
Abdullah
- O rei Abdullah da Arábia Saudita pediu aos EUA para atacar o Irã e destruir seu programa nuclear, segundo os textos vazados. Um memorando afirma ainda que o trabalho conjunto com Washington para conter a influência iraniana no Iraque "era uma estratégia prioritária para o rei e seu governo".
Silvio Berlusconi
- A respeito do primeiro-ministro italiano, o material detalha suas "festas selvagens" e revela uma desconfiança profunda despertada pelo mulherengo premier em Washington. "Ele é inefetivo como um líder europeu moderno", "um líder física e psicologicamente fraco" cujas "festas não permitem descansar o suficiente".
Vladimir Putin
- Da embaixada em Moscou em 2008 foram coletadas informações sobre o relacionamento entre o presidente russo, Dmitry Medvedev e seu premier, Vladimir Putin, observando que era "um Robin para o Batman de Putin". Ele é retratado como um político autoritário com um estilo pessoal machista.
Kim Jong-il
- O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-il, também é alvo de críticas. As fontes diplomáticas o descrevem como um "velho cara" que "sofreu traumas físicos e psicológicos" como consequência de um problema de saúde.
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