Esportes | 25/11/2010 06h32min
Toda semana, o clicEsportes conversa com ex-jogadores da dupla Gre-Nal que hoje brilham em gramados distantes do Rio Grande e do Brasil. Hoje, a série mostra como está o goleiro Cássio.
Revelado nas categorias de base do Grêmio, com passagem marcante pela Seleção Brasileira Sub-20, o goleiro Cássio atualmente é reserva do sueco Andreas Isaksson, no PSV Eindhoven. Para o atleta de 23 anos, que chegou a ser convocado, inclusive, para a Seleção de Dunga em 2007, é hora de aparecer.
– Eu gostaria de jogar. É importante. Você precisa estar sempre atuando, aparecendo. Pelo menos, aqui existe o segundo time. É muito bom para manter o ritmo.
Atual camisa 31 do clube holandês, Cássio chegou ao Estádio Olímpico dos 13 para os 14 anos. Nos juniores, disputava posição com Marcelo Grohe, atual reserva de Victor. Foi só então que deixou de morar na concentração do clube. Mesmo no terceiro ano na Holanda, não esquece do Tricolor.
– Eu tive um grande ciclo no Grêmio. Tenho muito carinho pelo clube.
Dos ex-companheiros, mantém contato com Bruno Telles e Carlos Eduardo. O MSN e o telefone são as ferramentas para diminuir as distâncias entre os amigos.
O goleiro lembra do período de adaptação na Holanda. Afirma que foi sozinho para o país. Só depois teve as companhias da namorada e da mãe. Hoje, mesmo não sendo fluente, garante conseguir “se virar” no idioma.
– A língua é difícil. Eu entendo mais do que falo. Antes, precisava muito de ajuda.
Cássio sente falta do “calor” brasileiro. Segundo ele, os holandeses são muito fechados e têm hábitos muito distintos dos praticados no Brasil.
– O povo é muito frio. Eles não conversam. Não tem aquela coisa de sair com os amigos no final de semana. São mais reservados. Eles são muitos nerds, certinhos. Até ocorreu comigo de chegar cinco minutos atrasado e não poder treinar. Embora o país seja liberal, eles são muito rígidos com o horário.
Além disso, o futebol, segundo Cássio, é muito diferente do praticado no Brasil. O goleiro participa muito do jogo.
– É tudo diferente. O goleiro joga quase como líbero. Ele recebe muita bola durante a partida. Não é como o Brasil que você pega e dá um chutão.
As concentrações, eternas “inimigas” dos brasileiros, praticamente inexistem no PSV. O goleiro informa que, três horas antes da partida, o grupo se reúne no CT, realiza um lanche e ouve a palestra.
Do grupo atual, como não poderia deixar de ser, seus principais amigos são brasileiros. Marcelo, ex-jogador do Santos, e Jonathan Reis, revelado pelo Atlético-MG, titulares do time, são os maiores companheiros. Cássio, inclusive, vê um grande futuro para o atleta saído de Minas Gerais, que marcou três gols na implacável goleada de 10 a 0 sobre o Feyenoord no final de outubro.
– O Jonathan é a grande promessa. Deve ser uma grande venda no futuro.
Os brasileiros são venerados no PSV. Romário e Ronaldo iniciaram sua trajetória na Europa pelo clube e são adorados pela torcida.
– Eles têm muito respeito pelo Romário. No Centro de Treinamento, tem uma sala com o nome dele. O Ronaldo é idolatrado, mas o Romário é muito mais.
O arqueiro não tem certeza sobre o seu futuro. Na temporada 2008/09, foi emprestado para o Sparta Rotterdam. Afirma seguir recebendo propostas, mas revela que o clube dificulta as negociações.
– Vamos ver o que acontece em dezembro. A gente está conversando. Só que é difícil. Sempre aparece uma proposta. Mas depende do PSV. De repente, tu te ilude. Está tudo certo, mas eles dizem não.
Cássio esteve para voltar para o Brasil. Em 2009, o Vasco, jogando a Série B do Brasileiro procurou o goleiro e acertou. Mas o clube holandês não liberou. Mesmo assim, não esconde que poderia regressar ao país.
– Eu voltaria. Já estou com uma cabeça diferente, mais amadurecido. E quero jogar.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.