Para o vice-presidente Zoilo Simionato, a mensagem enviada aos sócios deixa clara a realidade do clube, que recebe pouco apoio da FGF e precisa bancar todos os recursos da Série C. Segundo ele, foi uma forma transparente de expor as carências.

– É um apelo ao associado. Se queremos um clube maior, precisamos fazer a nossa parte e a torcida tem que querer. O clube está organizado e estruturado, e isso era o foco até agora. Agora, para ter algo a mais, não cabe somente ao presidente. Não se busca resultado sem investimento – esclarece.

A opinião é reforçada pelo presidente do Conselho Deliberativo, Alceu Fassbinder.

– Sempre foi assim e é aí que está o sacrifício. Temos que mudar esse quadro e fazer com que o Caxias se sustente como qualquer empresa.

Quem já teve nas mãos a responsabilidade da presidência confirma a gravidade da situação. Juvenal Hermes Martini comandou o clube em 1985/1986 e 1992/1993. E teme pelo que pode acontecer.

– O futebol é um esporte muito caro, as despesas aumentaram muito e a receita não acompanhou essa evolução. Aqui em Caxias sempre foi difícil conseguir patrocínios, sem falar no número de sócios, que sempre foi outra dificuldade. Tenho receio que uma hora ele (presidente Osvaldo Voges) canse. O Caxias não conseguiu criar um momento mágico, então a torcida se afasta um pouco.

Para o torcedor, há algumas alternativas. Dirceu Soares, que também é criador do hino grená, foi um dos que receberam a carta e procurou repassá-la para amigos.

– A direção só apagou incêndios. Agora chegou em um ponto em que todos precisam se unir para sonhar com títulos novamente, a médio prazo. E só se associar não é solução. A propaganda estática é uma boa forma de divulgação. A indústria, comércio, poder público e Festa da Uva também poderiam investir – sugere.

Soares acredita que o futebol também está relacionado ao problema.

– É preciso um especialista no setor. Não é mais tempo de fazer apostas. Falta uma motivação – acredita.