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 | 25/06/2010 02h51min

Ruy Carlos Ostermann: Kaká não é substituível

No lugar de Kaká

Durban significa tudo que se sentiu: um clima quase tropical, 16°C, um pouco menos à noite, mas nada de jaquetas pesadas, casacões, mantas e gorros além do ceroulão e das meias de lã dobradas. Hoje estará uma tarde assim. Dunga deu uma coletiva sem alterar a voz, com o que pediu desculpas pelos mal-entendidos e acabou emocionado lembrando da mãe que sempre soube valorizar decisões e a coerência em saber mantê-las. Foi bom que assim se encerrou a comunicação do técnico com a imprensa na véspera de um jogo importante.

Não jogam Elano, a redescoberta brasileira com gols, passes e marcação — está sendo poupado, lesão muscular se cuida assim, com atenção e tempo — e também Kaká, suspenso por aquela desavença que o levou a declarar que não tem sangue de barata. Jogam Daniel Alves e Julio Baptista, as trocas de forte indicação já na véspera. Não são substitutos de mesmo estilo, mas de mesma função, que é o que mais interessa. A Seleção vai alterar seu ritmo, será ainda cautelosa, vai trocar passes na entrada do campo de Portugal, mas pode ser que tenha um outro tipo de decisão. Ambos chutam bem como os titulares chutam. Mas Daniel Alves se atreve um pouco mais.

Kaká não é substituível, afinal é um dos primeiros jogadores da Seleção.

A língua

Portugal vai sobreviver na memória dessa Copa pela goleada dos sete gols. Não importa quem tenha sido o adversário e nem em que circunstâncias se fez um escore tão desconcertante. Basta que naquele jogo Cristiano Ronaldo tivesse feito apenas um, quase acidental, e ele tivesse a grandeza de se tornar irônico e falsamente sorridente com o episódio. Deco foi substituído por Tiago e Tiago encantou a todos os observadores.

É um adversário respeitável e interessa a todos os observadores que bem podem saber esta tarde, aqui, até onde podem chegar essas duas seleções de língua aproximada, mas de futebol bem diferente.

Italianas

A demolição da Itália que não pude ver sentado no ônibus que nos trouxe por mais de sete horas de Joanesburgo até aqui, Durban, à beira do mar, enfim, pelo celular, aos pedaços fui sabendo com tristeza da vitória da Eslováquia, bom time, mas não se tratava disso: tratava-se, com dor, de uma decepção no futebol. Fomos educados lentamente, mas nessa direção. A Itália é a última campeã do mundo, dou muito crédito a títulos desse tamanho. Mas também se sabe que as longas quedas nunca são o efeito de um fato ou dois, de um dia pelo outro. É um processo, quase uma rotina de desacertos, e sempre ligado aos fatos incontestáveis: a qualidade perdida, a impossibilidade de sempre ter craques nas melhores posições do time e o implacável efeito do fim de uma geração.

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