| 22/06/2010 03h06min
Goleada para Durban
E Portugal, tão discreta no primeiro jogo, proferiu a maior goleada dessa Copa, talvez insuperável porque foram sete gols, e fazer sete gols é como mover uma montanha nos tempos atuais de defesas bem feitas e cuidados táticos. Dessa forma, Portugal se habilita a ser campeão do Grupo G jogando contra o Brasil em Durban, do outro lado do país, precisamente a mais de 700 quilômetros de Joanesburgo que deverão ser vencidos no ônibus especial já fretado, é de apreciar a paisagem, conversar bastante, dormir, beber água, almoçar talvez na beira da estrada, e dormir de novo.
Seria um jogo de interesse médio se Portugal não tivesse se sobressaído tanto e obtido a justa condição de reivindicar num simples jogo contra o Brasil a posição de candidato à primeira condição de campeão do grupo. Sem saber que poderia acabar assim, Dunga já estava decidido a colocar o time titular nesta sexta-feira. Já estava certo, agora ficou ainda mais. O jogo decide a primeira posição com direito a jogar no Ellis Park.
Erro
Dunga errou, não importam as razões que possa ter para perder a paciência. Infelizmente, um técnico de Seleção não tem o direito de ter indisposições pessoais. Referir-se a um jornalista de forma áspera e mal-educada é inadmissível. A coletiva é uma cerimônia pública, oficializada pela Fifa, requer um comportamento correspondente.
Dunga está com dificuldade para lidar com certas malícias próprias de uma relação tensa e muitas vezes mal-resolvida. Há muitos conflitos pendentes numa prestação de contas por perguntas e respostas, à frente de todos e com transmissão direta para o mundo.
É uma lástima, está faltando de parte a parte uma educação pública para essas ocasiões. Além disso, Dunga pode ser punido.
Maradona
Mas não se trata do mesmo caso de Maradona, que foi punido por aparentemente proceder da mesma forma, isso é, xingar com palavrões a jornalistas. As ofensas que fez foram no meio da entrevista, permitindo que fosse gravada e reproduzida. Dunga não falou ao microfone, falou entre dentes, mas com fácil identificação.
A entrevista não teve esse sobressalto promovido por Maradona. Mas essa é toda a diferença. Talvez ajude a relevar o acontecido.
Metabolismo
A Suíça incorporou metabolicamente a longa tradição de time defensivo, sempre em homenagem ao ferrolho, a sua criação com patente registrada. Ontem, por mais que insistisse, chutasse, se aproximasse e sempre renovadamente tentasse fazer um gol que fosse, os suíços, já com 10 jogadores desde o primeiro tempo, resistiam, entrincheirados e só cederam diante do impossível, um gol do Chile, que saltou Bielsa. Essa capacidade de resistir ao infortúnio foi a contribuição que a Suíça orgulhosamente deixou nessa Copa.
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