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 | 23/01/2009 17h

Morte de mulher após tomar vacina contra febre amarela será investigada

Vítima fazia hemodiálise e foi imunizada após recomendação médica

Marilice Daronco  |  marilice.daronco@diariosm.com.br

A morte de uma mulher de 39 anos, em Santa Maria, na última quarta-feira, que passou mal dias depois de ter se vacinado contra a febre amarela está sendo investigada pelo Estado. Os exames foram levados por um avião para o Pará, nesta sexta-feira. O Instituto Adolfo Lutz deve divulgar o resultado da análise em 15 ou 20 dias.

Ainda é muito cedo para dizer se morte e a vacinação têm alguma relação. A vítima tinha problemas de saúde antes de tomar a dose e fazia hemodiálise.

De acordo com a delegada da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde, Claudete Lopes, a abertura da investigação é um procedimento padrão já que a vítima tomou a vacina. Segundo ela, tudo leva a crer que não foi a vacina o que causou a morte.

Mais de 36 mil pessoas tomaram a dose no mesmo local que a vítima — o posto de Saúde Erasmo Crossetti, na Rua Floriano Peixoto — e não há registro de nenhuma morte em função da vacina. No Brasil, somente dois casos são conhecidos, ambos ocorreram no ano passado, em Goiás. As vítimas teriam se vacinado até três vezes contra a febre amarela, sendo que o período entre uma dose e outra deve ser de 10 anos.

Segundo as informações repassadas ao Estado, a vítima seguiu todas as orientações necessárias para quem tem problemas de saúde antes de tomar a vacina. Após Santa Maria ser incluída na zona de risco da febre amarela, ela teria consultado o médico e depois decidido vacinar-se. A mulher quis tomar a dose porque iria acampar em uma área de mata ciliar (perto de rios ou lagos) onde há mais risco de ser infectado pela doença.

A família da vítima prefere esperar pelo resultados dos exames antes de falar com a imprensa. O Estado pretende respeitar o luto da família e também se pronunciar oficialmente após os resultados dos exames.

O diretor do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Francisco Paz, pede que ninguém que vai a áreas de risco deixe de tomar a dose. Ele argumenta que as duas mortes confirmadas relacionadas à febre amarela no Estado foram causadas pela doença e não pela vacina.

— A vacina é feita com o vírus vivo. Ele é modificado em laboratório para não causar a febre amarela. Com a vacina, o organismo percebe a presença do vírus e produz anticorpos. Se o mosquito contaminado pica a pessoa, ela já está imunizada e não fica doente. O risco é a pessoa tomar uma nova dose dentro de um prazo de menos de dez anos. Nesse caso, a reação é variável, mas pode até causar a morte — afirma Paz.

O secretário de Saúde de Santa Maria e vice-prefeito, José Haidar Farret, afirma que mais de 107 mil pessoas já tomaram a dose na cidade e que a vacinação continuará normalmente. Segundo ele, dor de cabeça e nas costas, enjoo, náusea e febre são normais após a vacinação e podem demorar até dois dias para passar. Farret aconselha que, se os sintomas continuarem, a pessoa procure o posto de saúde mais próximo de casa.

Gráfico motra formas de prevenção e tratamento e áreas de risco:

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