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 | 19/02/2008 15h53min

Governo paraguaio nega uso político de vacinas contra febre amarela

Ainda não há registros de febre amarela em Assunção

Milhares de paraguaios foram nesta terça-feira aos postos de saúde do país para tomar a vacinar contra a febre amarela, enquanto o governo tenta evitar que a doença seja usada na campanha para as eleições presidenciais de 20 de abril, que começou oficialmente hoje.



As tarefas de imunização das pessoas que formavam grandes filas nos hospitais de Assunção e dos municípios contíguos prosseguiram um dia depois que mais de 150 mil habitantes da região foram vacinados com parte das 800 mil doses enviadas pelo Brasil e das 140 mil procedentes do Peru.

As autoridades de saúde tentam, sem sucesso, explicar aos paraguaios que, de acordo com as normas internacionais, só é recomendada a vacinação nas regiões onde a doença foi detectada. Ainda não há registros de febre amarela na capital.

Segundo os dados oficiais, foram detectados este ano seis casos confirmados da doença, outro cinco "altamente prováveis" e oito suspeitos, enquanto o ministro da Saúde, Óscar Martínez, reconheceu hoje que seis pessoas poderiam ter morrido em decorrência da febre amarela.

Além disso, Martínez rejeitou as denúncias da oposição e de alguns veículos de comunicação locais sobre a utilização das vacinas para apoiar os candidatos do governamental Partido Colorado nas eleições de abril.

Nesse sentido, o ministro qualificou de "irresponsável" a denúncia de que o ex-ministro da Indústria e Comércio, José María Ibáñez, candidato da legenda para o Governo do departamento Central, obteve um lote de vacinas para distribuí-lo entre seus seguidores.

— Rejeito categoricamente que tenha havido uma politização quanto à vacinação — disse Martínez após uma reunião que manteve com o presidente paraguaio, Nicanor Duarte.

— Acho que é uma denúncia irresponsável. Os senhores estão vendo como se está trabalhando nos centros médicos — destacou o ministro, que atribuiu à oposição a difusão desse tipo de boato.

Apesar das tentativas do governo de desvincular da campanha eleitoral a crise sanitária, que obrigou o Executivo a declarar estado de calamidade pública na semana passada, vários setores da oposição pediram a saída do ministro da Saúde pelo que consideram uma má gestão da situação.

Nas últimas horas, a renúncia do titular de Saúde foi pedida pelo presidente do Congresso, Miguel Saguier, senador do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), segunda maior legenda do país integrada na coalizão Aliança Patriótica para a Mudança (APC), que apresenta o ex-bispo católico Fernando Lugo como candidato presidencial.

EFE
Cristaldo, EFE / 

Bloqueio de ruas de São Lourenço, cerca de 20 quilômetros de Assunção, em protesto pela espera da vacina contra febre amarela
Foto:  Cristaldo, EFE


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