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 | 05/02/2008 17h55min

Confirmada primeira morte por febre amarela no Paraguai

País não registrava mortes pela doença há mais de cem anos

As autoridades sanitárias do Paraguai confirmaram nesta terça-feira a primeira morte por febre amarela em região rural em mais de cem anos, além de outros cinco possíveis infectados numa comunidade da província de São Pedro, localizada no centro do país. Segundo o diretor do Hospital de Clínicas, o epidemiologista Adolfo Galeano, a vítima, um jovem de 24 anos, faleceu no último dia 1º, no centro hospitalar de Assunção, por complicações hepáticas e renais. Ele explicou que havia dúvidas sobre a verdadeira causa da morte, pois o paciente tinha saído para caçar com amigos numa região florestal, localizada na província de São Pedro de Ycuamnadiyú, a cerca de 350 quilômetros ao norte de Assunção.

— O que estávamos suspeitando foi confirmado. Não podemos ficar calados esperando que todos os requisitos sejam avaliados — afirmou Galeano, ao explicar que ainda estão sendo feitas a biópsia e a autópsias da vítima, exames que servirão para fechar o caso.

 

A confirmação da primeira morte por febre amarela foi anunciada durante uma entrevista coletiva convocada pelo ministro da Saúde Pública, Óscar Martínez, na qual também foram divulgados os métodos de prevenção contra a dengue, que durante um surto epidêmico no ano passado gerou 17 mortos e 27 mil infectados. O ministro informou ainda o caso de um homem "com diagnóstico clínico e laboratorial de febre amarela", além de outras quatro pessoas do mesmo sexo e da mesma região central, que estão sendo avaliadas como possíveis infectados.

Martínez afirmou ainda que estão sendo realizadas pesquisas onde há suspeita de foco e intervenção de algumas áreas para a aplicação de remédios contra o mosquito responsável por transmitir a doença e vacinação para a população. Galeano, por sua vez, explicou que, dos casos citados pelo ministro, um recebeu alta, outro foi mandado para a unidade de terapia intensiva do Clínicas "com insuficiência hepática e renal", enquanto os outros três continuam internados.

O diretor de Vigilância Sanitária da pasta, Gualberto Piñánez, disse que a situação realmente representa "uma emergência", por apresentar forte risco de propagação ao resto do território paraguaio. O funcionário disse que esse é o primeiro caso fatal "dos últimos tempos" no Paraguai, onde o último antecedente de morte por febre amarela foi em 1904. Em 1974, foram detectados alguns infectados que foram tratados a tempo e se recuperaram.

Piñánez anunciou um programa de imunização dos habitantes da zona onde está localizado o foco e afirmou que a Organização Pan-americana da Saúde (Opas) cooperará com 600 mil doses de vacina contra a febre hemorrágica transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. No entanto, a representante no Paraguai da Opas, Carmen Serrano, advertiu que a imunização não é o suficiente e fez um apelo ao povo para que mantenham suas casas "em condições de saneamento e segurança" para evitar que o mal se propague às áreas urbanas, o que, segundo ela, seria "uma catástrofe".

EFE
 
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