Esportes | 09/10/2010 19h54min
Siga informações do Inter no Twitter
Os olhos de Abel Braga brilharam assim que na última quinta-feira, em sua sala no Estádio do Al Jazira, pegou nas mãos a faixa de bicampeão da América enviada por um grupo de colorados:
— Vou pendurar agora aqui na sala. Quando um árabe entrar, vai dar de cara. Vou dizer: "É do Inter, bi da Libertadores".
Abel estará diante da sua TV com canais de todos os cantos do mundo neste domingo para ver o jogo contra o Atlético-MG, às 18h30min. Não perde jogo do time. Assim como também não deixa escapar os jogos da Inter, de Milão. Ansioso pela chegada do Mundial, o técnico avisa:
— Será loucura, vou ficar no campo, alucinar, estar dentro mesmo.
AUDIOSLIDE: Confira trechos da entrevista com o técnico
À espera do Mundial
"Será um prazer receber o Inter. Já comecei a escolher carne de cortes especiais para o churrasco, um bom angus. Em 2006, antes de jogos de Libertadores, o Fernando (Carvalho) fazia churrasco na casa dele. Os convidados eram sempre os mesmos: eu o Leomir (auxiliar), o Chumbinho (Newton Drumond, gerente executivo), o Vitorio Piffero. Quando alguém queria ir, não deixávamos. É superstição."
A torcida
"Todos os brasileiros aqui serão colorados. A pedreira, como em 2006, será o primeiro jogo. O Inter pegará o Al Hilal, do Thiago Neves, ou o coreano, que corre muito. Pelos resultados do jogo de ida das semifinais da Copa da Ásia, o Al Hilal vai passar. Perdeu no Irã por 1 a 0 e reverterá. O time do Jorge Fossati (Al Shabab-ARA) ganhou do coreano Seongnan por 4 a 3. O time da Coreia é muito bom, vai passar."
A Inter, de Milão
"Vi a Inter jogar e não está bom, não. O problema é a maneira como jogam, pragmáticos. Quando pegam time que toca a bola, encontram dificuldades. Contra a Juventus, que não tem nada, empataram em 0 a 0."
Inter/2006 x Inter/2010
"Não dá para comparar, são escolas diferentes. Esse time é bem posicionado e mais agressivo. Nosso time era mais técnico. Essa equipe agora me dá impressão de que se impõe um pouco mais sobre o adversário. Pela característica de jogadores e biótipo é mais agressiva. Naturalmente, ela marca mais. Isso na final é importante. Meu time de 2006 tinha sistema de jogo que fluía com mais naturalidade, pelo estilo de jogadores. Hoje, quem pode decidir num lance é o D’Alessandro. Em 2006, havia Fernandão, Pato, Iarley, Luiz Adriano, no banco, e tinha o Gabiru. Não se pode deixar de falar dele, foi quem decidiu."
Inter, de Milão, ou Barcelona
"O time da Inter nem se compara com o do Barcelona. Mas é mais agressiva. O Inter precisará equilibrar na dinâmica, mas ter também a agressividade para empatar o duelo. Não pode deixar os caras correrem mais, serem mais agressivos. Mas levo muita fé no Inter. O pessoal da Fifa ficou maravilhado aqui em Abu Dhabi. Nenhum clube mostrou o interesse que o Inter exibe pelo Mundial. Por isso, nenhum clube brasileiro cresceu como o Inter a partir de 2002."
Clube internacional
"Quando um árabe me apresenta a alguém aqui, diz: 'Esse é o Abel Braga, técnico do Al Jazira e campeão mundial de 2006'. São coisas que ninguém esquece. Marcou muito aqui também o Torneio de Dubai, contra a Inter, de Milão, na final. Dizem que nunca houve no país, mesmo entre seleções, um torneio de tão bom nível. Essa presença maciça de colorados em Abu Dhabi e Dubai aqui deixará a marca do clube na Ásia."
A eleição
"É claro que tenho um candidato. Se fosse sócio do Inter votaria no Giovanni Luigi. Trabalhamos juntos, somos amigos de frequentar casa. Minha mulher é muito amiga da mulher dele. Mas me preocupa essa divisão na situação. Não deve ser por aí. O Pedro Affatato é uma pessoa muito legal. Não discuto o nome de quem será, o que não pode é rachar. Depois do que conquistou, não pode desperdiçar esse momento."
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.