As quatro novas mortes decorrentes da nova gripe no Estado, anunciadas ontem, mantiveram os obesos entre as vítimas preferenciais do vírus no Estado até o momento. Duas das vítimas tinham sobrepeso e se somam a outras três anteriores com o mesmo perfil. O secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, afirmou que isso pode ser consequência de complicações de saúde provocadas pelo excesso de peso, e voltou a declarar que o aumento de óbitos não deve ser motivo de pânico.

As mortes confirmadas ontem haviam ocorrido em municípios da região centro-sul do Estado e aguardavam apenas o resultado de exames de confirmação. Em São Borja, a vítima foi um caminhoneiro obeso de 29 anos, vindo da Argentina, que morreu em 6 de julho. Em Santa Maria, um serralheiro de São Pedro do Sul, de 40 anos e também acima do peso, morreu sexta-feira. Em Uruguaiana, os dois casos são de mulheres: uma grávida de oito meses, com 36 anos, morta na quinta-feira, e uma menina de cinco anos, que morreu no dia anterior.

– Até agora, a obesidade está presente em praticamente metade dos casos. E não falamos de um pequeno excesso de peso, mas de obesidade mórbida. Isso traz complicações – afirmou o secretário.

Terra admitiu que o número de mortes devido ao vírus da gripe A no Estado deverá aumentar ainda mais até o final do inverno, mas argumentou que isso não deve ser fonte de pânico. Conforme o secretário, os meses de frio costumam concentrar os registros de óbito por diversas doenças do aparelho respiratório. No ano passado, morreram 965 pessoas em julho por problemas como pneumonia – que, às vezes, se inicia como gripe comum.

Para o infectologista Marcos Boulos, diretor da Faculdade de Medicina da USP, a cifra de mortes no Rio Grande do Sul deve ser fruto de um alto número de contaminações.

– O importante é que o risco é semelhante ao da gripe sazonal – diz.

Atualmente, há no Rio Grande do Sul cerca de cem pessoas internadas com a suspeita da nova gripe, mas já chega a 2,5 mil o número estimado de doentes. No final de semana, outras duas pessoas morreram com suspeita de terem contraído o vírus. Em Passo Fundo, uma dona de casa de 31 anos não resistiu a uma insuficiência respiratória. Em Caxias do Sul, um soldador de 24 anos, internado desde sexta-feira no Hospital Fátima, morreu ontem em decorrência de uma pneumonia. No enterro, familiares e amigos usaram máscaras cedidas pela funerária.



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