Geral | 17/07/2009 03h31min
Das 11 mortes registradas no país decorrentes da gripe A, sete ocorreram no Estado. Ontem, cinco novos casos fatais do H1N1 foram divulgados pela Secretaria Estadual da Saúde – dois em Passo Fundo, dois em Santa Maria e um em Uruguaiana,
As mortes em Passo Fundo contrariam o que as autoridades de saúde pública do Brasil divulgam em relação à gripe A. Não há confirmação de que tenham feito contato com viajantes, não eram crianças nem idosos e desfrutavam de saúde invejável, de acordo com familiares, amigos e vizinhos. Um terceiro caso, que aguarda confirmação de exames, envolve uma dona de casa de 49 anos.
Como os demais, a mulher habituada a cortar lenha para a lareira, fazia check-ups periódicos e dispunha de saúde invejável. Morreu cinco dias após os primeiros sintomas.
Ontem, o próprio secretário municipal da Saúde de Passo Fundo, Alberi Grando, mostrou-se surpreso:
– Chama atenção pelo fato de serem pessoas fora do grupo de
risco anunciado pelo Ministério da Saúde. Pode
indicar que o vírus é mais letal do que se pensa.
Com 1m67cm e 85 quilos, um jovem de 30 anos, vítima do H1N1, gostava de jogar bola com o sogro e os amigos nos finais de semana.
– Era um cara alegre, de bem com a vida. Só tinha um pouco de pressão alta – conta o sogro, um operador de máquinas de 55 anos.
O único infortúnio com a saúde considerada de “ferro” pela família era a pressão. Por conta dela, o rapaz soube, há um ano e meio, por meio de exames de sangue, eletrocardiogramas e ecografias, que não tinha diabetes e tampouco sofria de patologias cardíacas.
No domingo, porém, uma tosse seca e espirros em série começaram a incomodar o jovem.
– Ele tomou chá e remédios para dor de cabeça. Parecia bem – recorda a mulher dele, de 29 anos.
O mal-estar se acentuou na noite de quarta-feira. Com dores nas costas, sonolência e febre, o rapaz escarrava sangue quando foi levado ao Hospital da
Cidade, no início da tarde de quinta-feira, dia 9. Era tarde.
– Em
nenhum momento passou pela nossa cabeça que pudesse ser algo sério e contagioso. Eu lidava todo dia com ele – recorda o sogro.
Da internação à morte, passaram-se 24 horas. Arrasada, a família não compreende o que aconteceu.
– Ele não falou com ninguém de fora do país, não viajou e passava a maior parte do tempo em casa – lamenta a mulher.
O temor, agora, é de que outras pessoas da família estejam contagiadas. Na casa da sogra, onde o rapaz passava a maior parte do tempo, vivem pelo menos 13 pessoas – quatro crianças com idade entre quatro e sete anos e nove adultos.
A outra vítima confirmada ontem é o proprietário de uma tradicional fruteira no bairro Vila Armando Annes. Na segunda-feira, quando foi internado, tinha tosse e dores nas costas, na altura dos pulmões.
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