| 25/06/2009 02h55min
O resultado da primeira partida pelas semifinais da Libertadores e o rendimento das duas equipes na vitória de 3 a 1 do Cruzeiro sobre o Grêmio, ficaram em segundo plano após o duelo no Estádio do Mineirão, na noite desta quarta-feira. O assunto que movimentou o noticiário foi a acusação de racismo feita pelo cruzeirense Elicarlos contra o gremista Maxi López.
Logo depois do apito final do árbitro chileno Jorge Osorio, Elicarlos foi aos microfones dizer que havia sido chamado de "macaco" pelo centroavante argentino do Grêmio. Foi o suficiente para que uma grande confusão fosse instaurada no Estádio do Mineirão.
O ônibus que levaria a delegação do Grêmio até o hotel em Belo Horizonte foi impedido de deixar o estádio. Um tumulto generalizado ocorreu na porta do veículo.
Parado no pátio do estádio, o ônibus gremista não demorou a ser alvo de pedras da torcida cruzeirense que deixava o Mineirão. A porta foi fechada, mas um policial entrou no veículo e ficou esperando pela chegada da delegada para tomar o depoimento do argentino
Depois de mais de uma hora de muito bate-boca entre policiais e dirigentes, Maxi López desceu do ônibus e foi para a delegacia depor. Junto com ele, em sinal de solidariedade, seguiram todos os jogadores do Grêmio e o técnico Paulo Autuori. Lá já esperava a suposta vítima Elicarlos.
Krieger aponta Cruzeiro como culpado
Revoltado com a situação, o assessor de futebol do Grêmio, André Krieger, afirmou que toda a situação foi forjada pelo Cruzeiro. A intenção do clube mineiro seria de criar um ambiente desfavorável para o Tricolor nas semifinais da Libertadores.
– Não adianta ter a palavra de um contra todos os que estavam por perto e afirmaram que o Maxi não falou nada. Isto é uma prática surrada do Cruzeiro para criar um ambiente pesado para o adversário – disse o dirigente gremista.
O dirigente também criticou a postura da Polícia Militar (PM) de Belo Horizonte durante a confusão. Um policial teria apontado uma arma para a cabeça de um segurança do Grêmio, que tentava impedir o acesso dos policiais ao ônibus do Tricolor.
– Os jogadores do Grêmio foram corridos por policiais com arma na mão. E ninguém aqui é marginal – declarou Krieger.
Autuori recebe ordem de prisão dentro da delegacia
Já dentro da delegacia, o técnico Paulo Autuori mandou um recado aos jornalistas dizendo que estava preso lá dentro. Ao deixar a sala, já liberado pelos policiais, o treinador confirmou que recebeu ordem de prisão:
– O motivo eu não sei. Acho que deve ser porque eu sou um criminoso, um vagabundo - ironizou o treinador do Grêmio.
O treinador revelou que teme pelo clima para a partida de volta, dia 2 de julho, no Estádio Olímpico:
– Os responsáveis por isto devem estar preocupados. Infelizmente, vai acontecer. Nós já vimos este filme em São Paulo e não deu em nada. Muita gente apareceu. Acabou tudo como acaba no Brasil, pois isto não é nada. É apenas um jogo de futebol e temos muitas coisas mais sérias para nos preocupar no Brasil – disse Autuori.
Dentro da delegacia, Paulo Autuori teria se exaltado. No entanto, a delegada que estava ali no momento preferiu relevar o desabafo do técnico gremista.
Delegado confirma liberação de Maxi e Elicarlos
Com a situação já mais calma, o delegado Daniel Barcelos falou em entrevista coletiva e confirmou o que os jogadores Elicarlos, do Cruzeiro, e Maxi López, do Grêmio, disseram em seus depoimentos na delegacia do Mineirão.
– Solicitamos a presença do jogador do Grêmio depois da denúncia do Elicarlos. Ele compareceu à delegacia, prestou sua versão sobre os fatos, e ambos foram liberados. O jogador alega que foi uma discussão normal e disse que não tinha condições de se expressar de forma tão veemente no idioma português. O cruzeirense atestou que foi chamado de macaco e manteve o que já havia dito quando foi substituído no segundo tempo da partida – revelou o delegado.
Maxi López foi liberado para retornar junto com a delegação gremista. O jogador poderá ser ouvido em Porto Alegre e não precisará voltar até Belo Horizonte para prestar novo depoimento.
– Se necessário for ele receberá uma Carta Precatória para que ele seja ouvido em Porto Alegre – encerrou o delegado.
RÁDIO GAÚCHA E CLICESPORTESEntenda a confusão |
Com informações do site Globoesporte.com. |
Saiba porque o jogo entre Grêmio e Cruzeiro virou caso de polícia |
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Maxi López discute forte com Elicarlos e Vágner durante a partida |
Após o jogo, Elicarlos diz que Maxi o chamou de "macaco". O jogador aciona uma delegacia dentro do Mineirão para denunciar o gremista por racismo |
Policiais entram no ônibus do Grêmio, imobilizam o segurança Fernandão e toda a delegação tricolor vai para a delegacia |
Após muita discussão na delegacia, o técnico Paulo Autuori recebe voz de prisão. Os policiais, no entanto, decidem liberar o treinador |
Maxi se defende, considerando a acusação uma injúria qualificada. Ele volta para Porto Alegre e não precisará retornar a Belo Horizonte para novos depoimentos |
Elicarlos é quem decidirá se seguirá com o processo. Se sim, Maxi pode ser indiciado. Os dois ainda podem entrar em acordo amigável |
Dirigentes do Grêmio falaram em clima de guerra para o jogo de volta, no Olímpico |
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