| 08/11/2008 16h49min
A economia foi o tema central da primeira mensagem de rádio que o presidente eleito dos Estados Unidos, o democrata Barack Obama, dirigiu neste sábado à nação, na qual pediu unidade para resolver a crise econômica. Um dia depois que a economia dominou sua primeira entrevista coletiva após a vitória de 4 de novembro, Obama insistiu na necessidade de uma "ação rápida" para salvar a economia americana, imersa em uma grave crise.
Professor da UFRGS Paulo Visentini comenta os pontos marcantes da vida do novo presidente:
Em seu discurso, ele insistiu que tomará as medidas necessárias contra a crise e afirmou que, embora George W. Bush
continue sendo o presidente americano, já está preparando uma equipe que esteja pronta
para trabalhar assim que assumir o cargo, em 20 de janeiro.
O candidato eleito, que está descansando durante o fim de semana junto à sua família em Illinois, agradeceu a participação da população no pleito em seu discurso. Obama disse que agora é preciso esquecer as diferenças entre democratas e republicanos e começar a trabalhar em conjunto, no que denominou de "um momento no qual" o país enfrenta seus "maiores desafios".
O presidente eleito agradeceu a disposição do presidente Bush em facilitar a transição para a nova equipe de governo. Em seu discurso de rádio semanal, Bush prometeu a Obama "plena cooperação" na transição de governo e disse que essa será uma de suas prioridades até o fim de seu mandato.
— Isso fala de um reconhecimento fundamental de que aqui nos EUA podemos competir nas eleições, desafiar as idéias de um e do outro, e depois somos capazes de nos unir a serviço de um objetivo comum — destacou Obama.
Por outro
lado, ele lembrou as milhares de famílias que
ficaram sem emprego neste último ano e "estão lutando para poder pagar suas contas e conservar suas casas". Segundo dados publicados na sexta-feira pelo Departamento de Trabalho, 240 mil pessoas perderam o emprego em outubro, e neste ano foram extintos 1,2 milhão de postos de trabalho nos EUA, o que eleva o número de desempregados para cerca de 10 milhões.
— Suas histórias nos lembram de que estamos enfrentando o maior desafio econômico de nossas vidas — afirmou, e acrescentou que seu governo atuará com rapidez para resolvê-lo.
Obama também reconheceu que não se trata de uma tarefa fácil.
— Não subestimo a enormidade da tarefa que nos aguarda — disse, mas ressaltou que já trabalha com sua equipe para estabelecer novas medidas.
O presidente eleito afirmou que nesses meses, desde que a crise teve início, algumas ações importantes foram tomadas, mas considerou que é necessário "fazer mais durante essa transição e nos meses
seguintes".
— Não podemos nos dar ao luxo de
esperar para avançar nas prioridades identificadas durante a campanha, incluindo a energia limpa, a atenção à saúde, à educação e à redução de impostos para famílias de classe média — relatou.
Em primeiro lugar, conforme Obama, o país necessita de "um plano de resgate para a classe média" que crie postos de trabalho e, de acordo com ele, sua administração analisará como a crise financeira afetou outros setores da economia. Obama também avaliará o plano de resgate que o Congresso aprovou no mês passado para se assegurar de que ele está dando os resultados esperados e as empresas que estão recebendo assistência do governo não estão lucrando.
Algumas dessas medidas "serão difíceis, mas os EUA são um país forte e resistente. Sei que teremos êxito se deixamos de lado o partidarismo e trabalharmos juntos como nação", afirmou. A crise fará parte da conversa que terá com Bush, na próxima segunda-feira, na Casa Branca, onde os dois abordarão as questões mais urgentes para o
país.
Perfil, análises, fotos e comentário sobre
o novo presidente dos Estados Unidos
Democrata contou estar preparando uma equipe para trabalhar assim que assumir o cargo
Foto:
Tannen Maury, EFE
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