| 05/11/2008 13h42min
Os meios de comunicação cubanos, todos oficiais, destacam nesta quarta o triunfo do democrata Barack Obama nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, mas põem em dúvida que represente realmente a "mudança".
O jornal Granma, porta-voz oficial do governante Partido Comunista, dedica à eleição americana uma de suas oito páginas e um quadro em primeira plano, ambos com o título "Obama à Casa Branca", mas sob a foto do futuro presidente pergunta: "O candidato da mudança?".
Acrescenta que Obama chegou ao pleito de terça-feira "com o respaldo da classe dominante dos Estados Unidos" e "da maioria do 'establishment' democrata". Sobre o derrotado candidato republicano, John McCain, o Granma comenta que "a explosão da crise financeira representou o fim da linha" para suas aspirações.
A agência estatal Prensa Latina destacou que Obama "será o primeiro afro-descendente a ocupar a primeira magistratura" de seu país, "que herda com suas principais
estatísticas no vermelho e enormes desafios".
Os discursos de Obama "foram os mais ousados ao abordar assuntos domésticos e de política externa, embora sem sair dos limites do chamado 'establishment'", afirmou. O jornal Juventud Rebelde abre com o título "Barack Obama, presidente dos Estados Unidos", e segue com o subtítulo "John McCain lhe concede o triunfo em discurso em que chamou à unidade", e destaca que foram as eleições mais custosas dos EUA (US$ 2,4 bilhões).
Toda a imprensa noticiários da ilha publicou ontem um artigo do convalescente ditador cubano Fidel Castro, no qual ele voltou a louvar a Obama e atacar a McCain. A pauta que segue hoje a imprensa oficial marcou o ex-presidente de 82 anos, ao advertir que o líder eleito "apóia seu sistema e se apoiará nele".
"A preocupação com os problemas do mundo não ocupa realmente um lugar importante na mente de Obama, e muito menos na do candidato que, como piloto de guerra, descarregou dezenas de toneladas de bombas sobre a cidade de Hanói
(...) sem remorso algum de
consciência", escreveu Castro — ele próprio um promotor de execuções. Não se conhecem até agora reações oficiais do governo chefiado, desde fevereiro, por seu irmão, o general Raúl Castro.
Perfil, análises, fotos e comentário sobre
o novo presidente dos Estados Unidos
Obama "será o primeiro afro-descendente a ocupar a primeira magistratura" de seu país, ressaltou Prensa Latina
Foto:
Tannen Maury, EFE
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