| 04/11/2008 22h19min
A comunidade latina votou maciçamente nesta terça nas eleições americanas, em solidariedade aos que ainda não podem ir às urnas e apesar de a reforma migratória ter ficado totalmente em segundo plano durante a campanha.
Segundo uma pesquisa publicada nesta terça-feira pelo instituto Zogby, 78% dos eleitores hispânicos — grupo que é 15% da população dos EUA e 9% do eleitorado — preferem o candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, ao republicano John McCain.
Em muitos dos redutos latinos, como os bairros Adams Morgan e Mount Pleasant, ambos em Washington DC, o dia de votação foi tranqüilo, mas festivo. Muitos dos eleitores latinos madrugaram para ir votar, esperançosos de que a situação melhore para todos os imigrantes hispânicos que trabalham no país.
O colombiano Ricardo Loisa, que há 18 anos vive nos EUA, foi ao Youth Latino Center de Washington para votar em Obama, convencido de que o democrata "pode fazer muito pelos latinos":
— Ele é afro-americano e pode se
identificar melhor com nossa cultura — afirmou Loisa, que ressaltou que hoje é um dia histórico.
Ana Perdomo, salvadorenha de 45 anos e que há 23 vive nos EUA, disse que neste tempo votou tanto em democratas como em republicanos. Mas este ano, afirmou, não haveria como seu voto não ser de Obama.
— Acho que ele é o melhor candidato, o mais preparado. Será um magnífico presidente — disse.
Em matéria de imigração, a eleitora disse que as propostas de ambos os candidatos são parecidas, mas que confia mais "na palavra de Obama, porque Bush também tinha boas intenções, mas na hora da verdade, não fez nada".
Outra salvadorenha, Magdalena Cruz, há 30 anos nos EUA, afirmou que não esta eleição "vai reescrever a história", razão pela qual não poderia deixar de votar. Para Cruz, "votar com liberdade é uma dádiva às vezes inexistente em nossos países", motivo pelo qual está confiante em que a nova Administração dará mais atenção aos latinos.
No condado de Montgomery, no vizinho de
estado de Maryland, também foram registradas longas filas, mas os latinos não recuaram. Em uma escola da localidade de Gaithersburg, a peruana Lourdes Samata, de 45 anos, votou pela primeira vez. Mas, ao contrário de muitos hispânicos, ela decidiu apoir McCain, que, na sua opinião, "porá ordem e freará a tendência liberal no país, que não é boa para os jovens".
Por sua vez, o universitário Giankarlo Vera, de 19 anos e filho de Samata, votou em Obama, também em sua primeira eleição:
— No começo, não sabia muito dele, mas busquei informação e gostei de sua mensagem. Vim, mais do que tudo, exercer meu direito ao voto — disse o jovem.
Confira a cobertura direto dos EUA
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