| 11/09/2008 12h09min
O ministro da Fazenda da Bolívia, Luis Alberto Arce, que está no Brasil, negou hoje que a crise política em seu país dê sinais de uma guerra civil. Segundo ele, trata-se de "pequenos grupos" com cerca de 200 a 400 pessoas, localizados sobretudo nas capitais dos departamentos bolivianos.
— Evidentemente, eles causam danos e estão radicalizando as ações, mas isso não significa que a maioria da população participou desse tipo de ato. São grupos financiados que são acionados de acordo com as instruções que recebem — comentou o ministro.
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Questionado sobre a possibilidade de novos cortes no abastecimento de gás natural da Bolívia ao Brasil, Arce lembrou que os
gasodutos bolivianos somam grandes extensões de terra e que os esforços, a
partir de agora, serão "redobrados" por meio do apoio das Forças Armadas do país:
— Estamos militarizando não apenas os pontos petrolíferos e de gás, mas também reforçando os locais suscetíveis de atentados terroristas. É importante mencionar que a empresa estatal de petróleo já começou a reparação desse duto e esperamos que isso possa se resolver com a maior brevidade possível.
De acordo com o ministro, o impacto econômico do corte de aproximadamente 3 milhões de metros cúbicos no abastecimento de gás natural brasileiro representa cerca de US$ 8 milhões diários a menos no orçamento da Bolívia. O país exporta, por mês, 30 milhões de metros cúbicos de gás natural.
— Estamos preocupados com essas coincidências de chamados à violência feitos por prefeitos opositores que buscam mortes para utilizar como bandeira política. Lamentamos esses atos que repercutem em grupos como a União Juvenil Cruzinista, no Departamento de Santa Cruz, que proliferou seus
tentáculos em outros departamentos,
causando destroços e danos e passando ao terrorismo — concluiu o ministro.
O embaixador da Bolívia no Brasil, René Mauricio Dorfler Ocampo, e o ministro da Fazenda da Bolívia, Luis Alberto Arce, falam sobre a situação política na Bolívia
Foto:
Elza Fiúza, Agência Brasil
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