| 11/09/2008 11h05min
Devido a uma nova interrupção no funcionamento de um gasoduto no sudeste do país, a Bolívia suspendeu hoje o envio de mais da metade do gás contratado pelo Brasil. Opositores do presidente boliviano Evo Morales provocaram a interrupção do fornecimento de gás do campo de San Antonio.
— A situação é grave. O envio de gás para o Brasil foi reduzido em mais de 50%, para 14 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) — informou a secretária de Saneamento e Energia de São Paulo, Dilma Pena.
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Por contrato, o Brasil importa atualmente 31 milhões de m³/d de gás do país vizinho. De acordo com a secretária, o volume de gás enviado para a Comgás, a maior empresa do setor no Brasil
e que abastece a região metropolitana de São Paulo, de Campinas e a
Baixada Santista, caiu de 15 milhões de m³/d (garantidos em contrato) para 8,4 milhões de m³/d.
Já para a Gas Natural São Paulo Sul, a oferta caiu de 1,4 milhão de m³/d para 820 mil m³/d. Para a Gas Brasiliano, o volume disponibilizado pela Petrobras caiu de 550 mil m³/d para 350 mil m³/d, ainda de acordo com Dilma Pena.
Indústrias podem parar
Em função dessa redução do envio de gás natural boliviano ao Brasil, o Estado de São Paulo começa hoje a acionar o seu plano de contingência para enfrentar esta nova crise do gás, informou Dilma Pena.
— A prioridade é a manutenção da integridade do sistema e, para isso, existem alguns critérios técnicos que serão adotados — explicou a representante do governo paulista.
De acordo com a secretária, outro princípio norteador do plano de contingência é compatibilizar a redução do fornecimento do insumo com processo produtivo de alguns setores
industriais.
— Existem fornos, por exemplo, que não podem ser
desligados rapidamente. Isso será feito de forma gradual — explicou o representante, acrescentando que algumas indústrias deverão interromper produção ao longo dos próximos dias.
Dilma Pena ainda informou que os grandes consumidores de bicombustíveis, que podem trocar o gás por outro combustível, também deverão contribuir. Segundo Dilma Pena, apenas os consumidores residenciais, comerciais e hospitais serão poupados do plano de contingência. Com isso, o consumidor de gás natural veicular (GNV) também será afetado com a medida. A secretária disse que ainda não existem informações de até quando essa situação de contingenciamento para o gás irá perdurar.
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