Carnaval 2010 | 07/02/2011 17h09min
Tão presente quanto a alegria e o êxtase, um sentimento teima em rondar o carnaval carioca: o drama. Não raramente as imagens acachapantes dos carros alegóricos e de belas mulheres são quebradas pelo choro e desolação de integrantes de agremiações que disputam o prêmio mais cobiçado da principal festa popular do mundo.
Fogo na avenida
O fogo é o principal inimigo. Como são compostas por dezenas de conexões elétricas, as alegorias sofrem com a iminência de incêndios. Um dos casos mais emblemáticos ocorreu com a Viradouro, no ano de 1992. A escola homenageava os ciganos e trazia um carro que tinha a Sibéria como tema. No meio da avenida a alegoria pegou fogo e o incêndio se tornou incontrolável.
Os bombeiros tiveram que entrar no meio do desfile para tentar conter as chamas. As alas tiveram que se espremer na avenida para dar passagem ao carro do Corpo de Bombeiros, enquanto um imenso rastro de fumaça preta cobria a Sapucaí. Com os problemas, a escola atrasou em 13 minutos o seu desfile e acabou punida, para desespero dos seus integrantes.
Águia da Portela
Principal símbolo da Portela, a águia vem sempre imponente no primeiro carro da escola. Porém, em duas oportunidades a escultura sofreu com o fogo. No ano de 2005, um incêndio destruiu a imagem de mais de quatro metros a poucos dias do desfile. Quatro anos depois, já dentro da Sapucaí, a águia novamente registrou problemas. Um princípio de incêndio atingiu o abre-alas, que chegou a ficar parado na avenida. O fogo foi controlado e a escola conseguiu terminar o desfile.
Incêndio destrói barracões
A tragédia que se abateu no Rio de Janeiro nesta segunda-feira não foi o primeiro caso de incêndio em barracões. Em 2001, a então tricampeã Imperatriz Leopoldinense viu o espaço que abrigava carros e fantasia ser consumido pelo fogo.
No ano de 1999, os seis carros alegóricos da União da Ilha do Governador foram destruídos por um incêndio no barracão da escola, no centro da cidade. O gerador que forneceria energia para as lâmpadas do quinto carro da escola estava sendo instalado sob a alegoria, quando uma fagulha de fogo do soldador acertou uma das esculturas do carro alegórico. Funcionários que trabalhavam nos barracões da Unidos do Viradouro e da Imperatriz Leopoldinense ajudaram a retirar as fantasias, que foram salvas.
A Beija-Flor de Nilópolis também sofreu com o fogo. Um incêndio atingiu barracão da escola no ano de 2002. O fogo começou no ateliê no segundo andar do barracão e as chamas destruíram cerca de 40 fantasias. Funcionários da escola de samba viram fumaça saindo pelas janelas e conseguiram, em meia hora, apagar o fogo que se alastrava entre as fantasias e outros materiais de fácil combustão.
Os perigos na hora do desfile
Sinônimo de emoção e alegria, os desfiles das escolas cariocas geram encantamento. Porém, a grandiosidade do espetáculo também pode representar perigo. No ano de 2003, a atriz Neuza Borges, da Rede Globo, sofreu uma fratura de bacia após cair de um dos carros alegóricos da Unidos da Tijuca.
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ZERO HORA
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