| 20/09/2005 19h11min
O advogado do deputado José Dirceu (PT-SP), José Luis de Oliveira Lima, criticou a decisão do Conselho de Ética de votar um parecer da consultoria legislativa que garante a continuidade do processo contra Dirceu. Segundo ele, o Conselho não pode discutir uma iniciativa do PTB desistindo da representação contra o parlamentar antes de o partido oficializar o pedido.
– É inacreditável que o Conselho se reúna para decidir uma questão que sequer se concretizou – disse.
O advogado não poupou o relator do processo contra Dirceu, Júlio Delgado (PPS-MG). Segundo ele, Delgado exerce papel de magistrado e não deve se manifestar de forma "tão tendenciosa" como estaria fazendo ultimamente.
Um pouco antes de saber que o PTB desistira de pedir a retirada das representações contra Dirceu e o deputado Sandro Mabel (PL-GO), o advogado disse que Dirceu estava disposto a recorrer a todas as instâncias possíveis, inclusive ao Supremo Tribunal Federal (STF), para que a iniciativa do partido tivesse validade. O advogado defendeu o direito do PTB de desistir do processo.
– Se a vítima perdeu o interesse e manifesta interesse expresso de retirar isso tem que ser acolhido. A legitimidade de agir é do representante, não dos parlamentares, muito menos do Conselho de Ética – afirmou.
O advogado também reagiu aos que criticam as inicitiativas de Dirceu de apresentar sua defesa, afirmando que sempre classificam essas iniciativas como "artimanhas". O advogado disse que em nenhum momento Dirceu cogitou a hipótese de renunciar ao mandato, caso o PTB conseguisse suspender o processo. Segundo ele, o que Dirceu quer é um julgamento "mais justo com base em provas, e não em entrevistas despropositais e afirmações levianas".
– O deputado quer se defender, o que não se pode é julgá-lo num procedimento como na época da inquisição.
Na tarde desta terça Dirceu fez uma passagem-relâmpago pelo plenário, onde registrou presença e saiu,
acompanhado de dois assessores.