| 12/08/2005 09h17min
Para o deputado federal Gustavo Fruet (PSDB-PR), omissão e incompetência às vezes fazem um mal ao país mais grave do que a corrupção. O parlamentar disse que para a abertura do processo de impeachment deve ficar caracterizado o crime de responsabilidade, que pode ocorrer por ação de corrupção ou por omissão.
– Cada dia fica mais evidente que as pessoas próximas do presidente tinham participação e, portanto, a responsabilidade também acaba sendo dele (Lula) – falou.
Ele acrescentou que a situação de Luiz Inácio Lula da Silva é distinta daquela que derrubou Fernando Collor de Mello em 1992, por não haver provas de envolvimento no esquema de caixa dois:
– Ou o presidente sabia, o que é grave, ou ele não sabia, o que também é grave. Isso demostra alguém que não tem conhecimento do que se passa no governo, mas aí o julgamento vai ser popular.
Fruet declarou que os parlamentares deverão ter serenidade neste momento e descartou, pelo menos por enquanto, a possibilidade de abertura do processo impeachment.
O publicitário Duda Mendonça relatou ontem na CPI dos Correios que o empresário Marcos Valério lhe pedira para abrir uma conta num paraíso fiscal para receber dívidas do PT. Após as revelações, parlamentares de PFL e PSDB começaram a falar abertamente na possibilidade de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Fruet, neste ritmo, é difícil acreditar que Lula não soubesse o que se passava no governo e em sua campanha.
Em entrevista ao programa Atualidade, o deputado declarou que as pessoas do governo e do PT estão sendo pegas em contradição. O deputado duvida que outras pessoas não tivessem conhecimento sobre o caixa dois.
– É pouco provável que só Marcos Valério e Delúbio Soares tivessem feito esta lambança.