| 09/03/2005 12h20min
Mais de 95% dos produtores de grãos da região do Planalto do Rio Grande do Sul utilizam a técnica do plantio direto em suas propriedades. Desenvolvida há mais de 20 anos, a prática consiste em realizar a semeadura sem lavração, diretamente sobre o solo coberto com palha. O plantio direto tem uma importância muito grande para a conservação do solo e da água, mas muitas vezes não é feito da maneira correta pelos agricultores.
Na Expodireto Cotrijal 2005 os visitantes podem conhecer uma área demonstrativa sobre o manejo correto do plantio direto organizada pela Emater. A feira acontece até a próxima sexta, dia 11, em Não-Me-Toque.
– Nosso objetivo é que os produtores passem a adotar integralmente todas as práticas envolvidas no sistema de plantio direto, que não envolve somente a manutenção da palha e não lavragem do solo – explica o assistente técnico regional da Emater, Antoninho Berton. O sistema completo envolve a rotação e a consorciação de culturas, a cobertura permanente do solo, a mobilização mínima do solo, o processo colher-plantar e manejo das enxurradas.
Um dos motivos pelos quais o plantio direto passou a ser utilizado é o controle da erosão. Mesmo assim, o problema ainda não foi totalmente solucionado.
– Muitos produtores abandonaram o uso de terraços, o que é um erro, pois é preciso manter práticas de controle das enxurradas – avalia Berton.
O técnico explica que a construção de barreiras para a água das chuvas é fundamental para redução da erosão e para a penetração de umidade no solo.
Além dos terraços, uma nova prática é o mulching vertical. Valas de 40 centímetros de profundidade por oito centímetros de largura são escavadas a uma distância de cinco ou dez metros entre elas. Os sulcos são feitos com máquinas especiais e preenchidos com palha prensada. O manejo de enxurradas é importante porque, além de evitar a erosão, reduz a contaminação dos córregos, para onde escoa a água da chuva, levando junto os produtos químicos aplicados na lavoura.
O sistema de plantio direto é uma prática conservacionista. Berton explica que imprime competitividade ao agronegócio, garante a segurança e a qualidade alimentar, promove a fertilidade do solo e aprimora o processo de plantar e colher.
As informações são da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul.