| 08/03/2005 10h41min
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, destacou, nesta terça, dia 8, que, se a seca prosseguir nos próximos 15 dias no Rio Grande do Sul, as perdas na produção nacional podem ser maiores do que o projetado. A previsão para este ano era de que a safra fosse chegar a 132 milhões de toneladas, mas os problemas climáticos provocaram até o momento uma quebra de nove milhões de toneladas.
– Não existe em 100 anos uma safra igual a outra – disse Rodrigues, acrescentando que isso se deve aos inúmeros fatores variáveis que envolvem o negócio.
Apesar de cogitar uma maior redução da produção, Rodrigues se mostrou otimista em relação à melhoria das condições climáticas. Em seu discurso na abertura oficial do 16º Fórum Nacional da Soja, que ocorre junto com a Expodireto Cotrijal 2005, no município gaúcho de Não-Me-Toque, o ministro disse que já está sentindo o vento norte e que até sexta, dia 11, a chuva deve cair sobre o Rio Grande do Sul.
Antes de começar a exposição de Rodrigues, o secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Odacir Klein, pressionou de maneira indireta o governo federal a apresentar alternativas para os agricultores enfrentarem o problema da estiagem.
– Eu presumo que o ministro dará soluções possíveis – disse o secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Odacir Klein.
Segundo Klein, os produtores gaúchos não querem uma renegociação da dívida, e sim uma prorrogação de dívidas com o objetivo de se evitar a inadimplência. O ministro da Agricultura prometeu dar uma tratamento diferenciado ao Rio Grande do Sul. A previsão é de que seja definida a prorrogação de contratos de produtores atingidos pela estiagem até a chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Estado na próxima semana.
Durante a palestra sobre Políticas Públicas em Relação a Commodities e Abertura de Novos Mercados, Rodrigues conceituou o agronegócio, esclarecendo que se trata da soma das cadeias produtivas, as quais começam na prancheta de um pesquisador científico e terminam na gôndola do supermercado. O ministro ilustrou com uma série de gráficos como o agronegócio é importante para a economia nacional, sendo responsável por um terço dos empregos e do Produto Interno Bruto.