Parecia que ia demorar uma eternidade, mas está prestes a acontecer. O Grêmio liquidará as dívidas do condomínio de credores que o impedem de caminhar como gente grande este ano.
E a partir daí cresce no Olímpico a possibilidade de o presidente Duda Kroeff concorrer à reeleição.
Algo como se dirigir assim aos conselheiros e, quem sabe, associados: depois de um primeiro mandato para pagar títulos, que venha um segundo em condições de conquistá-los.
Se o Grêmio for
campeão gaúcho ou da Copa do Brasil neste amanhecer de 2010, enquanto o condomínio ainda suga o dinheiro oriundo da venda de jogadores para o Exterior, bem, aí a nova candidatura é
mais do que certa.
_ Seria um grande mote de campanha, sem dúvida (risos). Amo minha família, gostaria de ficar mais tempo com ela, acho dois anos de mandato um tempo razoável _ diz o filho do patrono Fernando Kroeff. _ Mas também sou apaixonado pelo Grêmio. Se tiver que ir, vou.
Seria uma eleição e tanto, ainda mais se Paulo Odone for o candidato da oposição, com toda a trajetória e contribuição prestada ao Grêmio. Uma destas contribuições, curiosamente, é o condomínio que pode ser tornar o cabo eleitoral de Duda.
Não havia outro jeito. As ações na Justiça se avolumavam ao ponto da quase paralisia do clube. Sem uma composição para a retirada delas, o Grêmio quebraria com uma avalanche de execuções.
Desde a criação do artifício na gestão de Odone, em 2005, a cada
jogador vendido o Grêmio irriga o condomínio com milhões de euros como se fosse um agricultor desesperado para não perder a lavoura diante da seca prolongada.
Em vez de fazer time forte, paga dívidas. É por isso que o Grêmio nunca pode disputar os melhores reforços no mercado. Falta diheiro na mão.
Sobram os jogadores donos do seus próprios vínculos e que ainda aceitem parcelar luvas, como Borges e Hugo. Ou empréstimos, sempre com o inevitável risco de, a cada dezembro, a renovação virar novela mexicana. Para não falar em situações como a do argentino Maxi López, por exemplo.
O fato é que a dívida do condomínio bateu nos R$ 30 milhões no começo do ano passado, baixou para R$ 17 milhões e, agora, está em R$ 10 milhões. O problema segue sendo quem não aceita entrar em acordo com o clube.
Anderson Polga, por
exemplo. O Grêmio está com R$ 600 mil da Lei de Incentivo ao Esporte retidos em virtude de
uma ação de 2003 do zagueiro, hoje no Sporting, de Portugal. A dívida atualizada é de R$ 1 milhão. O atacante Leandro Amaral cobra R$ 2 milhões, e a sentença está perto.
O Flamengo exige R$ 8 milhões por conta de uma nebulosa prioridade de compra não exercida para Rodrigo Mendes. Mas depois de resolver os R$ 8 milhões devidos ao Palmeiras, ainda por tropelias na fracassada volta de Paulo Nunes em 2000, reina o otimismo no Olímpico.
O fato é que a gestão do presidente Duda Kroeff está pagando títulos, e este pode ser o seu trunfo para tentar o segundo mandato. Se o Grêmio faturar o Gauchão ou a Copa do Brasil, o que não é impossível, está incendiada a eleição no Grêmio.
ZERO HORA