| 30/01/2010 05h10min
Em se tratando da cultura gremista é até esquisito, mas a direção tricolor mandou o técnico Silas não reclamar de arbitragem no Gauchão. Como aí está uma máxima nas imediações da Azenha, a de criticar com força muitas vezes acima do razoável aspectos relacionados ao trio do apito, chega a ser curioso.
Mas é isso: a direção do Grêmio não quer ver Silas reclamando da arbitragem. A informação é de fonte segura. Mais segura, aliás, impossível.
Vi ontem, com meus próprios olhos, minha fonte fazendo o gesto com a mão sobre os lábios indicando bico calado para um bom amigo, referindo-se ao episódio a seguir.
Nos Plátanos, quarta-feira, Silas queria protestar contra a violência do Santa Cruz, na volta do intervalo,
antes da virada para 2 a 1. E, claro, contra Jean Pierre Lima, o homem de preto número 1 do jogo,
considerado pouco enérgico na hora de punir as bordoadas.
Silas queria colocar cobrar com força, sem rodeios, mas a direção não deixou.
Só tem um problema aí. No timão do Gre-Nal de Erechim estará Leandro Vuaden, reconhecido no país inteiro como um árbitro que não marca qualquer falta. Vuaden deixa o jogo andar. Não é um frágil encontrão, choque ou mesmo carrinho meio de lado que o comove.
Gre-Nal, como se sabe, é pegado. Não raro, sai lasca. No Colosso da Lagoa, no clássico de amanhã, haverá muitos zagueiros e volantes. Os dois times virão com esquemas movidos a três zagueiros, dois volantes e marcação encardida. Faltas à vista, é claro. Ou não, como prefere Vuaden.
Conseguirá Silas se conter e não reclamar da arbitragem diante de um quadro assim?
E se protestar, o que fará a direção? Se somará ao seu treinador ou pedirá a ele que silencie, deixando
para eles, os cartolas, os holofotes da bronca sobre a arbitragem, algo que pega bem
aos olhos do apaixonado torcedor gremista?
É um lado interessante do Gre-Nal. Os treinadores, estreantes no clássico, farão pressão sobre a arbitragem em que medida?
O técnico do Inter, Jorge Fossati, condenou publicamente o zagueiro Ferreira, do Juventude. Para ele foi um joelhaço, e não um lance acidental, o responsável pela fratura no osso da face de D'Alessandro, o grande desfalque do Gre-Nal. A direção do Inter não fez objeção alguma.
Silas parece não ter esta liberdade toda no Grêmio. Em se tratando de Grêmio, não deixa de ser curioso.