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 | 05/02/2010 05h10min

Dívida com credores cai pela metade no Grêmio







Está com os dias contados um peso que há cinco anos arrasta correntes no Olímpico, impedindo o Grêmio de caminhar direito. 

O condomínio de credores, criado em 2005 pelo ex-presidente Paulo Odone para pagar dívidas em troca da retirada das ações na Justiça, está com os dias contados.

Do rombo de R$ 30 milhões do começo do ano passado, o Grêmio chega a fevereiro de 2010 com R$ 17 milhões, já descontado o que foi pago de juros por prazos não-cumpridos. Mais ainda: o departamento financeiro espera encerrar 2010 na casa dos R$ 10 milhões. 

Para completar o quadro otimista, se a torcida abraçar um plano de capitalização que o Grêmio deve lançar este ano e cujos detalhes são mantidos em sigilo absoluto nas imediações da Azenha, o vice de financas Irany Santana Jr não descarta nem mesmo zerar tudo.

Diante da desgraça financeira pré-condomínio, conseguir pagá-lo em cinco anos equivale a erguer uma taça.

Como se sabe, o condomínio foi criado no auge do desespero. As ações na justiça tinham virado uma bola de neve rolando montanha abaixo. As execuções, naquele ritmo, eram inevitáveis.

Em troca da retirada das reclamatórias, o Grêmio convidou credores a parcelarem débitos, que seriam pagos com repasses obrigatórios a cada venda de um jogador para o Exterior. O conselho de administração aprovou tudo. Foi assim com o dinheiro amealhado com Lucas, Anderson, Rafael Carioca, agora Douglas Costa e Réver.

Até o mecanismo de solidariedade da Fifa, que dá ao clube formador o direito a receber 5% do valor de cada transferência do jogador durante a carreira, tornou-se um duto a irrigar o pagamento aos credores.

Quando Ronaldinho foi vendido ao Milan pelo Barcelona por R$ 57 milhões em julho de 2008, o Grêmio abocanhou cerca de R$ 15 milhões. Parte desta pequena fortuna migrou para o condomínio.

Mas Irany alerta: a prudência recomenda não festejar demais. Alguns jogadores, como Anderson Polga e Leandro, não aceitaram entrar no condomínio. Suas ações na justiça somam R$ 5 milhões.

Apesar das ressalvas de Irany, a drástica redução do condomínio é uma boa notícia. Não será sentida este ano, mas ajudará a dar fôlego na formação de times no futuro.

Aí, em vez de pagar títulos, talvez o Grêmio volte a conquistá-los.



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