| 03/12/2009 04h36min
Diego Vara
A polêmica que tomou conta do Brasil, e mais ainda da Província de São Pedro, acerca da necessidade de o Grêmio vencer o Flamengo na última rodada para o Inter ser campeão em caso de vitória sobre o Santo André, anda cometendo injustiças. Só se fala nisso o tempo todo. Já está ficando chato.
Ontem, por exemplo, o Grêmio marcou um golaço. O preparador físico Paulo Paixão, campeão do mundo com o Inter em 2006, está de volta ao Olímpico, onde nasceu para o futebol. Trata-se de uma contratação extraordinária. É
um homem de Seleção Brasileira. Vai à Copa da África.
Vou além: com Paixão atuando no vestiário, o técnico não precisa ser
um medalhão. Com ele no grupo, a chance de conflitos que prejudiquem o desempenho do time é perto de zero. Paixão é um mestre em harmonizar vestiário.
Respeitado como um profissional condenado a ganhar títulos — a folha corrida do carioca que tem família em Porto Alegre é mesmo de arrepiar — seus conselhos são lei para os jogadores.
O Grêmio acaba de contratar um craque para sua comissão técnica.
E com a vantagem de conhecer a aldeia como poucos. O seu retorno traz de volta também, além do filho Anderson, o auxiliar Mauro Cruz, gremista com longa trajetória no clube.
Sem falar, é claro, na capacidade profissional. Os times de Paixão correm muito, de 100m rasos a maratona. O que indica que a ideia é montar um Grêmio com força na marcação. Um Grêmio com a cara do Grêmio. Sim, por que é isso que Paixão entrega aos treinadores: jogadores com pulmão para rosnar e resfolegar atrás da bola o campo todo e o
tempo inteiro.
É claro que só preparação física e
vestiário coeso não são suficientes. É preciso trazer bons jogadores. Talvez ao menos um diferenciado, acima da média dos outros. Este ano, o que faltou ao Grêmio foi qualidade. Mas entrar 2010 sabendo que o vestiário será habitado por um vencedor nato como Paixão é um bom começo.
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