| 26/11/2009 07h36min
Diego Vara
Para quem duvidava, aí está o tamanho do estrago que Paulo Autuori causou ao Grêmio ao pular do barco no meio da tempestade. Já está ficando constrangedora a caça pública por um técnico. Adilson não quis. Preferiu ficar no Cruzeiro. Dorival Júnior, a segunda opção, não ata nem desata seus nós com o Vasco. Agora surge Nelsinho Baptista.
Fica parecendo o contrário do que diz o vice de futebol Luiz Onofre Meira. Em vez de planejamento, o Grêmio passa a impressão de estar dramaticamente à procura de qualquer técnico razoável que esteja disponível no
mercado e, claro, aceite trabalhar no Olímpico.
Em vez de ficar procurando de chapéu na mão por um treinador, por que não
efetivar Marcelo Rospide?
Diante dos resultados obtidos em campo desde a sua primeira interinidade e da forma clara como expressa suas ideias de futebol, é até estranho o Grêmio não cogitar esta hipótese. Da primeira vez fazia sentido. A espera era pelo multicampeão Autuori. Rospide se julgava verde, como ele mesmo admitia. Mas agora é diferente.
Há provas inequívocas de que os jogadores torcem pela permanência de Rospide. Tanto é assim que atendem ao seu comando com espantosa facilidade. Em tese, um interino poderia não ter ascendência sobre o grupo, já que ali adiante vai ceder o lugar para uma celebridade do mundo dos treinadores de elite. Com Rospide ocorre o inverso. Os jogadores correm mais, se entregam mais, conferem ao Grêmio uma cara mais de Grêmio.
Sem falar que promessas da casa como Douglas Costa e Maílson se sentiriam mais à vontade. Se os resultados e, mais que isso, as atuações do time sob o comando de Rospide foram amplamente
satisfatórios, por que o Grêmio não o
deixa no cargo de uma vez?
Ele teria um desempenho pior do que Celso Roth e Autuori, que deixaram o Olímpico sem título algum? Além do mais, se trata de um profissional inteligente, que se expressa bem. Já existe um canal de diálogo dele com a torcida.
Em vez de ficar procurando treinador a esmo, o Grêmio deveria colocar sangue azul na casamata. Marcelo Rospide está pronto. Basta os dirigentes se convencerem disso.
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