| 17/11/2009 04h23min
É surpresa só para quem não o conhece. Quem conviveu com ele há 30 anos atesta que não há nada de novo no comportamento irritadiço adotado pelo técnico do Inter no Beira-Rio. Ex-companheiros dos tempos de jogador afirmam que Mário Sérgio sempre foi assim: pavio curto, de tolerância zero para críticas da imprensa e da torcida, sempre próximo das vias de fato. Um homem polêmico. Agora mesmo: quer levar o Inter para Recife como parte da operação de guerra para garantir vaga no G-4.
Depois de encarar o Mineirão lotado contra o Atlético-MG, domingo, a ideia é seguir direto para o local do jogo do outro fim de semana diante do Sport.
– Ainda não está decidido, mas é uma possibilidade – admite o presidente Vitorio Piffero.
Ex-companheiros de Mário Sérgio não se espantam com o técnico discutindo com repórteres ou dizendo que a torcida, nos tempos de jogador, o vaiava e depois “puxava o seu saco”.
– Teve uma vez em que ele soube de um
jornalista que havia feito uma crítica, no vestiário.
Saiu do treino direto para o estúdio da emissora. Queria cobrar do cara na hora – conta João Carlos, lateral-direito em 1979. – A gente vê que ele tenta se segurar nas entrevistas, mas não consegue.
Mas Mário Sérgio não é brabo todos os dias e nem em todos os lugares. No Figueirense, a torcida estava em lua de mel com a campanha que levou o clube à final da Copa do Brasil de 2007, um fato inédito.
– Ele nunca teve problemas com a imprensa aqui. Talvez pelo momento extraordinário pelo qual passávamos. O ambiente era muito positivo em tudo – explica JB Telles, ex-assessor de imprensa e de administração do clube catarinense.
Chico Spina, empresário e personagem da final de 1979 ao marcar dois gols no primeiro jogo contra o Vasco, no Maracanã, diz que Mário Sérgio sempre foi “diferente”.
– Às vezes, todo mundo achava certo, mas ele discordava. E ele dizia assim mesmo, diante das pessoas – afirma Chico Spina.
Ex-companheiros de Mário Sérgio o consideram de pavio curto em determinados momentos
Foto:
Mauro Vieira