| 08/11/2009 21h26min
Após ganhar do Vitória por 1 a 0, em Salvador, o técnico Silas, do Avaí, desabafou em relação a alguns setores da imprensa de Florianópolis. O treinador não gostou da repercussão que tomou a declaração do meia Marquinhos sobre a questão das férias antecipadas da equipe na reta final do Brasileirão.
De acordo com Silas, o que era para ser um “deboche” entre amigos, se transformou em assunto “sério”, o que gerou especulações sobre a relação do técnico com o capitão do time e até sobre o futuro de Silas no Avaí.
Na saída do gramado do Barradão, neste sábado, dia 7, Silas fez gestos que puderam ser traduzidos como garra e honra. Na coletiva, o treinador explicou qual foi a intenção com a atitude:
— Aquilo ali é para responder para algumas pessoas que, infelizmente, eu como treinador e comandante tenho que abrir o olho do torcedor avaiano. Porque tem muita gente lá em Florianópolis que não tem nada mais para falar e vai falar o quê do Avaí,
se são dois anos de triunfo atrás de
triunfo? Então, tem que arrumar alguma coisa para tentar conturbar o ambiente, mas a gente aqui dentro não pode deixar isso acontecer. Então, infelizmente, algumas pessoas do meio lá de Florianópolis, não todas, logicamente, estão tentando atrapalhar o nosso trabalho. Mas, se depender de mim vão passar fome, porque não acontece nada, o meu negócio é dentro do campo.
Falta de apoio da imprensa
Questionado sobre os bons resultados do Avaí na temporada e a campanha que vem fazendo à frente do Leão, Silas voltou a falar da imprensa:
— Acho que é um ano para a gente estar se abraçando. É aquilo que eu falei anteriormente: aquilo ali (o gesto na saída do campo) é para responder para algumas pessoas. Infelizmente, alguns membros da imprensa local eram para estar se abraçando com a gente. Mas, por torcerem para o Figueirense ou sei lá por que, não ajudam. Mas a gente não pode deixar se abalar, porque tem esse pessoal aí que está
torcendo contra a gente.
Sobre a relação
com o capitão Marquinhos, Silas afirmou que é de cumplicidade e união. Para o técnico, as declarações do meia tomaram proporções irreais:
— Eu conheço o coração do Marquinhos, ele não é o capitão do meu time por casualidade, e uma entrevista que era em tom de deboche, da parte dele, depois ficou uma entrevista séria, e aí eu já não pertenço mais ao Avaí, já está dito que eu vou embora do Avaí. Então tem gente que está com bola de cristal, por que onde que está escrito isso?
Férias antecipadas
Silas ainda tratou de esclarecer o assunto das férias antecipadas. Os jogadores que estiverem sentindo maior desgaste poderão ganhar um descanso na última semana do campeonato, dependendo da situação do Leão na tabela.
— Depois do jogo do Santos, sete dias, tem o jogo do Náutico, se a gente não tiver mais condições, vamos liberar aqueles que estão desgastados. A ideia era essa, eles (jogadores) vêm de dois anos
muito pesados, ganhando tudo, com muita pressão. Aí começamos a
colocar os meninos para jogar. Hoje (sábado), eu coloquei o Uendel em uma posição (como volante) que não é a dele, arrebentou. Coloquei o Cristian na posição dele (atacante), arrebentou também.
Chegar o mais longe possível
Com a vaga do Avaí praticamente garantida na Sul-Americana, o treinador afirmou que o time conquistou o objetivo e que agora é tentar chegar o mais longe possível nas quatro rodadas que restam:
— Vamos tentar chegar o mais longe que a gente puder, para ficar na história e, principalmente, no coração do torcedor avaiano. Daqui a 15 anos, como falou o Eduardo Martini, nós não vamos lembrar quanto dinheiro nós ganhamos ou deixamos de ganhar, nós vamos lembrar que a gente era uma família e isso é o que vai ficar.
Sobre a sua permanência, Silas só vai decidir alguma coisa no fim do ano:
— Até o final do ano sou técnico do Avaí. Se eu ficar, fico feliz da vida. Se eu
quiser ir embora, tenho certeza que vou deixar saudade para muita gente.
Confira os jogos restantes do Avaí no Brasileirão:
15/11 — Corinthians ( C )
22/11 — Santo André ( F )
29/11 — Santos ( C )
06/12 — Náutico ( F )
C = casa ; F = fora de casa