| 23/10/2009 07h20min
Vinte e oito de setembro de 2008 foi um dia inesquecível para a torcida colorada, por vários motivos. O primeiro, óbvio, por comemorar uma vitória de 4 a 1 no Gre-Nal. E outro pela situação do Grêmio. Líder desde a 13ª rodada do Campeonato Brasileiro, o time perdeu a posição na 27ª, justo na partida contra o maior rival. E ainda de goleada.
— Aquele jogo ficou para a história. A gente tem que usar tudo o que fizemos nele para este próximo Gre-Nal — diz Guiñazu.
Foi um clássico totalmente atípico. A maioria dos Gre-Nais são truncados, brigados, com poucos gols. Este foi tenso e disputado como tantos, mas não faltaram gols. O primeiro tempo foi disputado em ritmo frenético. Logo aos quatro minutos, D'Alessandro, em tarde inspirada, abriu o placar. Alex cobrou falta da esquerda, a zaga afastou e o argentino mandou um chute seco, de sem-pulo, estufando a rede.
Aos 18 minutos, o Grêmio
chegou ao empate com outro golaço. Tcheco arriscou de longe e foi feliz. Tcheco foi levando, levando... como ninguém chegou nele, mandou dali mesmo. A bola entrou no cantinho do gol de Clemer.
Aos 28, o lance polêmico. Evandro Rogério Roman havia marcado um toque de mão de Anderson Pico ao lado da área. Esperto, D'Alessandro cobrou rápido para Alex, pegando a zaga do Grêmio totalmente desprevenida. Alex saiu na cara de Victor e encheu o pé para colocar o Inter em vantagem novamente. Não adiantou reclamar para o árbitro.
— Lembro daquele Gre-Nal. Eu estava no lance que o D'Alessandro cobrou a falta para o Alex fazer o gol. Foi perfeito — recorda Guiñazu.
O Grêmio, que já tinha perdido Pereira machucado aos 12 minutos, sentiu o golpe e se desestruturou. Aos 40 minutos, D'Alessandro cobrou escanteio e Índio se adiantou aos adversários para cabecear no primeiro pau: 3 a 1.
Aos 46, nova jogada de D'Alessandro. Ele gingou na frente
da zaga gremista e levantou para Nilmar. Com
seu cabelo comprido na época, o atual atacante da Seleção Brasileira cabeceou no canto. O intervalo ainda não tinha chegado e o Inter vencia por 4 a 1.
Para o time da casa, era a glória. Edinho e Tcheco ainda foram expulsos após uma pequena confusão. O Beira-Rio estava em êxtase, pedindo mais quatro gols. Mas a etapa final se tornou uma mera formalidade. O Grêmio não era mais líder do campeonato, e o Inter ainda mantinha esperanças de chegar à Libertadores.
E D'Alessandro estava definitivamente nas graças da torcida. Perguntado na saída de campo sobre a rivalidade do Gre-Nal em comparação com o "Superclássico" entre River Plate e Boca Juniors, o ex-jogador do River respondeu:
— Acho que é mais! A gente está louca. A torcida do Inter é impressionante. Desde que cheguei, me deu muito carinho e isso me faz feliz — disse o jogador.
Índio e D'Alessandro, que entrarão em campo novamente neste domingo, comemoram primeiro gol dos 4 a 1
Foto:
Daniel Marenco
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