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 | 27/04/2009 18h51min

"As pessoas estão evitando sair de casa", conta gaúcha que está na Cidade do México

Carina De Marchi, 27 anos, está na capital mexicana há uma semana

Atualizada em 27/04/2009 às 19h27min Rodrigo Lopes  |  rodrigo.lopes@zerohora.com.br

A gaúcha Carina De Marchi, 27 anos, psicóloga, está há uma semana com o marido na Cidade do México, em um hotel. Ela conta como está a situação na capital mexicana e quais são as medidas preventivas que estão sendo tomadas no local. Carina também relata sobre a sensação de medo e o que observa pela imprensa.

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Zero Hora — Como está a situação na Cidade do México em função dessa epidemia?

Carina De Marchi —
 A situação aqui é de precaução. Por não saber direito e para evitar que vire uma pandemia, o governo está fechando todos os lugares públicos que não são ao ar livre, como cinema e restaurantes. Sábado, saímos para jantar e os restaurantes estavam todos fechados. Moro na zona de Polanco, com muitos restaurantes, como o Moinhos de Vento em Porto Alegre, e está tudo fechado. As crianças estão sem aulas desde sexta-feira. Nas ruas, se vê a população usando máscaras por uma medida de precaução. Eu também estou usando uma.

ZH — Há uma preocupação entre a população em relação à doença?

Carina —
O meu marido está trabalhando aqui, e ele notou que essa segunda-feira muita gente não foi trabalhar. Não sei se estão infectadas ou estão com medo da contaminação. O que a gente nota é que os lugares estão muito vazios. Nessa segunda-feira, por exemplo, fomos a um lugar turístico - as pirâmides - e que para um domingo, meu Deus, devia estar lotado, mas estava completamente vazio, mesmo sendo ao ar livre. As pessoas estão evitando sair de casa. Não há um pânico mas há um clima grande de precaução.

ZH — As máscaras são gratuitas? Qual é a sensação de usar isto?

Carina —
Elas são gratuitas. Às vezes, vemos até pessoas do exército mexicano distribuindo nas ruas e também em hotéis. Antes, o uso das máscaras era mais tímido, mas agora quase todo mundo usa, tanto nos lugares fechados quanto nos lugares abertos.

ZH — Há alertas na televisão?

Carina —
O que a gente ouve muito agora é sobre o medo, porque houve muitas pessoas que vieram ao México e estão retornando aos Estados Unidos. Ouvimos muito que os americanos estão apavorados. Vimos uma coletiva da Casa Branca ontem pela televisão, em que falaram sobre um colégio (em Nova York) onde muitas crianças eram suspeitas de terem contraído a doença. Vemos no jornal que eles estão bem assustados.

ZH — Qual é a tua sensação de enfrentar essa situação, com família?

Carina Temerosos. Estamos aqui há uma semana e claro que ficamos com um pouco de medo, porque para nós também é algo muito novo. No Brasil, nunca tínhamos enfrentado uma situação parecida. Tentamos nos tranquilizar, embora, é claro, ficaríamos mais seguros se houvesse uma prevenção mais efetiva como uma vacina. Como não existe, a questão é realmente procurar evitar esses lugares. Eu preferia estar numa situação diferente, mas agora é manter a calma e rezar para que isso passe logo.

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