| 26/04/2009 13h19min
O Ministério da Saúde brasileiro informou neste domingo que não existe, até o momento, registros ou suspeitas de que o vírus da gripe suína tenha chegado ao país. Mesmo assim, o monitoramento nos aeroportos foi intensificado a fim de evitar a entrada de pessoas infectadas, entre eles, no Salgado Filho, em Porto Alegre.
No aeroporto da capital gaúcha, todos os voos procedentes do Exterior estavam sendo monitorados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Funcionários da estatal conferem com a tripulação de algum passageiro apresentou sintomas da gripe durante a viagem. Trajetos com conexões no México são os mais visados.
Postos de saúde do Rio Grande do Sul que enviam material coletado em doentes por gripe para o Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, também estão em alerta. As unidades ficam em Porto Alegre, Caxias do Sul e Uruguaiana. O material é utilizado para fabricar futuras vacinas contra gripe.
Representantes do Ministério
da Saúde, da Anvisa e do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento devem se reunir em breve para acompanhar a evolução epidemiológica da situação e indicar as medidas adequadas ao país.
A medida de controlar aeroportos já foi adotada na Rússia e no Japão, onde os governos estão controlando a entrada de passageiros procedentes da América do Norte para identificar possíveis sintomas da doença. No Japão, um representante do Ministério da Saúde garantiu que o governo impedirá que pessoas que possam estar infectadas deixem o país.
Ontem, ao alertar para os riscos de a doença se espalhar por outras partes do mundo, a diretora de Saúde da OMS, Margaret Chan, classificou a nova variedade do vírus da gripe — detectada inicialmente no México — como muito grave. Ela disse que os governos devem ficar em alerta contra a propagação da doença.
— Trata-se de uma situação séria que deve ser observada atentamente. Os vírus causadores das infecções são geneticamente iguais. Essa é uma
variação do vírus H1N1 e tem potencial para
causar uma pandemia, infectando pessoas. No entanto, com base nas atuais provas de laboratório, epidemiológicas e clínicas, não podemos falar se teremos ou não uma pandemia — disse Margaret, logo após se reunir, em Genebra, com um comitê de especialistas.
México toma medidas
Um dia após a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitir alerta sobre a possibilidade de o surto de gripe suína se tornar uma pandemia, o governo do México anunciou medidas radicais para tentar controlar a propagação do vírus que, somente no país, já matou 81 pessoas. Hoje, as autoridades mexicanas determinaram que todas as escolas da capital, Cidade do México, e de outros dois Estados suspendam as aulas pelas próximas duas semanas. Além disso, eventos públicos como missas e partidas de futebol agendados para hoje foram cancelados.
Cerca de 70% dos bares e restaurantes da capital foram temporariamente fechados. As autoridades de saúde mexicanas estão
autorizadas a isolar pessoas contaminadas
quando julgarem necessário. Segundo o ministro da Saúde, José Córdova, um total de 1,3 mil pessoas já foram internadas com sintomas suspeitos da gripe suína e estariam passando por exames, desde o último dia 13.
Outros países
Em outros países, autoridades de saúde também estão adotando medidas de prevenção contra a doença. A epidemia de gripe já cruzou a fronteira, espalhando-se também pelos Estados Unidos, onde 11 casos não-fatais da doença já foram confirmados. Sete pessoas foram contaminadas no Estado da Califórnia, duas no Texas e duas no Estado do Kansas.
Em Nova York, o secretário de Saúde, Thomas Frieden, que é epidemiologista, disse que exames preliminares conduzidos em alguns estudantes demonstraram também possíveis casos da doença.
O ministro da Saúde da Nova Zelândia, Tony Ryall, disse que 10 estudantes que voltaram recentemente do México apresentaram resultados positivos no exame para
diagnósticos de gripe, podendo estar infectados pelo vírus da
influenza suína.
Distância e sem cumprimento
O vírus H1N1 — que infeta porcos e, esporadicamente, pode atingir humanos — é transmitido principalmente por espirros e tosses. Sua ação no organismo humano começa pelo sistema respiratório. Por esse motivo, a embaixada dos Estados Unidos no México aconselha a quem esteja visitando o país que permaneça a pelo menos 1,8 metro de distância de outras pessoas.
O governo mexicano tem recomendado à população que evite cumprimentos com as mãos. Os sintomas da doença são febre repentina acima de 39 graus, tosse, fortes dores de cabeça, musculares e nas juntas, irritação nos olhos e secreção nasal.