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 | 14/10/2008 17h48min

Em sua despedida, Paulo Campos diz que falta planejamento ao Criciúma

Técnico afirmou que foi pego de surpresa pela decisão da diretoria

O técnico Paulo Campos deixou o comando do Criciúma nesta terça-feira, após dirigir a equipe em oito rodadas da Série B. O treinador revelou ter sido pego de surpresa com a decisão da diretoria em demiti-lo, interrompendo o trabalho faltando apenas oito jogos para o fim da competição.
 
— Deixo o Criciúma com a consciência tranqüila de que fiz o melhor pelo clube. Assumi a equipe num momento complicado, mas conseguimos realizar boas partidas em casa — disse Campos, que afirmou estar tranqüilo pela boa campanha no Heriberto Hülse.

Quando assumiu o time, no dia 2 de setembro, o Criciúma não vencia há seis jogos na competição. Com Paulo Campos, a equipe catarinense disputou quatro partidas em casa e não foi derrotada nenhuma vez. Além disso, o time marcou oito gols e sofreu apenas um nos jogos realizados no estádio Heriberto Hulse.

No entanto, de acordo com o presidente do clube, Édson Búrigo, nos jogos diante do Paraná e do Avaí a diretoria percebeu que a equipe está necessitando de uma nova postura, com mais cobrança sobre os jogadores, uma mudança de identidade. O dirigente foi vago em suas justificativas, mas afirmou que agora a idéia é manter o auxiliar técnico Luiz Gonzaga Milioli como treinador até o final do campeonato.

Falta de planejamento no Tigre

A interrupção do trabalho fez com que o ex-técnico alertasse para a falta de planejamento do Criciúma, por onde já passaram cinco técnicos nesta temporada  Leandro Machado, Gelson da Silva, Edson Gaúcho, Luiz Gonzaga Milioli e Paulo Campos.

— Saio de cabeça erguida e vou ficar na torcida para que o time tenha sucesso nesta reta final de Série B, mesmo acreditando que é muito difícil um clube, que troca cinco vezes de técnico no ano, conseguir atingir seus objetivos. Se houver uma pesquisa, talvez o Criciúma seja o time que mais trocou de treinador nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro este ano. Não há planejamento que resista — concluiu Paulo Campos.

Na zona de rebaixamento, ocupando a 17ª posição, o Criciúma soma 33 pontos e precisa vencer as quatro partidas dentro de casa e obter ainda uma vitória em quatro jogos como visitante para somar 15 pontos e atingir os 48 necessários para escapar do descenso.

Ex-técnico diz que livraria o time da degola

Nas oito rodadas em que comandou o Tigre, Paulo Campos somou 10 pontos, dos 24 disputados, com a equipe marcando 10 gols e levando 11. O técnico afirmou que conseguiria livrar o Criciúma do rebaixamento caso seu trabalho pudesse ser continuado.

— Tenho certeza de que conseguiria livrar o Criciúma do risco de rebaixamento, caso o trabalho fosse realizado até o fim do campeonato, conforme planejado quando fui contratado. Confesso que não esperava essa decisão repentina da diretoria, já que eles sabiam a dificuldade de tirar o time de uma situação tão complicada com oito jogos em apenas um mês — disse Paulo Campos.
 
Com o bom aproveitamento nos jogos em casa em sua passagem pelo clube, o treinador fez questão de agradecer o apoio dos torcedores.

— Quero agradecer a torcida do Criciúma, que compareceu ao estádio, incentivou a equipe e foi fundamental para conquistarmos dez pontos em quatro partidas dentro de casa — finalizou na entrevista coletiva concedida na tarde desta terça-feira, em sua despedida oficial do tricolor catarinense.

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