| 06/03/2007 14h31min
O critério adotado pela Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) para formar a equipe que disputa os Jogos Pan-Americanos segue provocando polêmica. Cassio Rivetti, Álvaro Miranda, o Doda, e Pedro Veniss decidiram ficar fora das seletivas para a equipe de salto. Antes deles, Rodrigo Pessoa havia anuciado que desistia de disputar o Pan. Os quatro cavaleiros vivem na Europa.
– Não concordo e acho um contra senso. Os brasileiros que moram na Europa fazem uma série de sacrifícios, ficam longe de suas famílias, estão em concursos todos os finais de semana e encaram os melhores do mundo em vários países, por isso acredito que eles têm melhores condições de trazer medalhas para o Brasil – analisa Doda.
Campeão panamericano por equipe em Winnipeg-99, ele discorda da situação criada pela CBH.
– Nunca tivemos esse problema de dizer que temos brasileiros e "estrangeiros". Em todas as equipes das quais participei tínhamos cavaleiros que moravam no
Brasil e cavaleiros radicados na Europa. Essa
divisão é completamente absurda. O que importa é ter a melhor equipe nas melhores condições – reclama o cavaleiro.
Segunda Doda, a necessidade de levar sua montaria para o Brasil para as seletivas e depois cumprir os compromissos já programados inviabiliza o projeto pan-americano.
– Tenho que voltar com ela para a Europa para seguir nosso planejamento que tem como alvo não só o Pan Americano, mas competições muito mais difíceis como Jogos Olímpicos e Mundiais. Depois disso tudo, se estiver classificado para o Pan, preciso voltar ao Brasil para a competição e para o Athina Onassis Horse Show. Nesta ocasião, poderemos ter a melhor equipe, mas nas piores condições, pois os cavalos estarão esgotados – argumentou.
Veniss, que vive em Portugal há seis anos, também não se conforma com a situação:
– Cheguei aqui com 18 anos, lutei muito. Sempre defendi o Brasil nestes seis anos, só não fui ao Mundial no ano passado por uma contusão do Richomont Park. Saltei todas as seletivas solicitadas, ganhei dois Grandes Prêmios e conquistei minha vaga na pista. Depois destes seis anos longe do meu país, da minha família e amigos não posso concordar que me chamem de 'europeu'.
Doda, assim como Rodrigo, defende a definição de uma ou duas vagas na equipe em algum concurso na Europa.
GAZETA ESPORTIVA