| 05/03/2007 16h
O cavaleiro Cassio Rivetti é outro brasileiro que trabalha na Europa nada satisfeito com a possibilidade de a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) restringir o processo seletivo para a equipe de salto dos Jogos Pan-Americanos a concursos disputados no Brasil. Apoiando a decisão de Rodrigo Pessoa de abrir mão de sua vaga na modalidade por discordar dos critérios, Rivetti destaca que um formato seletivo deste tipo deixa fora da briga qualquer conjunto baseado no Exterior.
– O Rodrigo tomou a decisão correta porque não está fazendo politicagem. O que ele está querendo é ir com a melhor equipe possível ao Pan, dando chance para todo mundo – avaliou. Segundo Rivetti, vir ao Brasil disputar uma vaga é uma alternativa inexistente pelos compromissos que os cavaleiros têm na Europa.
– A seletiva sendo no Brasil tira a chance de os melhores conjuntos participarem. É difícil falar, mas o nível aqui (na Europa) é mais alto que no Brasil e você está tirando a chance de o país buscar uma medalha de ouro – completou Rivetti, admitindo o fato de os cavaleiros terem ficado chateados por não terem sido consultados pela CBH sobre as possíveis complicações com a mudança de regras.
Morando há cinco anos na Bélgica, ele é responsável pelo treinamento de aproximadamente oito cavalos no Exterior. Para fazer parte da seletiva, Rivetti teria de separar sua principal montaria e se dispor a passar quase dois meses no Brasil para disputar o Indoor de São Paulo e o Brasileiro Sênior, no Rio de Janeiro, em maio.
Como tem compromissos profissionais com os donos dos cavalos e as competições na Europa ocorrem praticamente todo final de semana, caso se classificasse, o brasileiro teria de retornar à Bélgica com o cavalo para competir em junho e voltar ao Brasil para o Pan em julho.
– Isso não é possível porque não dá para largar tudo aqui. Temos várias competições de nível que são importantes para o ranking mundial. Além disso, os cavalos vão perder muito de sua condição – salientou.
Ou seja, o Brasil correria o risco de classificar um dos melhores conjuntos, mas que não estaria em sua melhor condição para o Pan.
– Além disso, você também acaba com o restante da temporada para a égua – reclamou.
Até o final do ano passado, a Confederação previa a inclusão de um ou dois concursos na Europa como seletivas para o Pan. Após a mudança de comando da entidade no início do ano, contudo, as regras foram alteradas e praticamente descartada a chance de provas no exterior serem usadas como seletiva.
– Agora vamos ficar aguardando para ver o que eles (CBH) resolvem – conforma-se Rivetti.
No ano passado, o cavaleiro foi chamado de última hora para completar a equipe brasileira no Mundial de Aachen por causa da lesão de Baloubet du Rouet, montaria de Rodrigo Pessoa, poucas semanas antes da competição.
Já presidente da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), Maurício Manfredi, afirmou que Rodrigo Pessoa agiu de maneira precipitada ao desistir de sua participação no Pan.
– Rodrigo precipitou-se ao declarar que não participará do Pan. Por achar que este critério poderá diminuir as chances de uma medalha por equipe, está descartando completamente a sua oportunidade de conquistar uma medalha individual – disse o dirigente, que manteve o critério, até o momento anunciado, de duas seletivas no Brasil para completar a equipe de cinco conjuntos - quatro titulares e um reserva.
Manfredi voltou a afirmar que a centralização das seletivas no Brasil tem como objetivo promover a modalidade em uma temporada importante e ampliar ao máximo o número de candidatos a uma vaga na equipe. As seletivas serão o Concurso
Indoor na Sociedade Hípica Paulista,
de 18 a 22 de maio, e o Campeonato Brasileiro Senior, de 31 de maio a 3 de junho, provavelmente no Centro Hípico de Deodoro, sede do hipismo durante os Jogos Pan-americanos. O prazo final de inscrição dos classificados para o Pan é 22 de junho.