| 29/08/2006 13h56min
O presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP), negou hoje qualquer envolvimento no esquema dos Sanguessugas, que negociavam ambulâncias com preços superfaturados. Izar disse que o surgimento de seu nome no escândalo, conforme declarou o empresário Luiz Antônio Vedoin a uma revista nesta semana, é uma tentativa de desestabilizar o Conselho. – Foi uma trama para desestabilizar o Conselho de Ética. Não vamos admitir isso. Não vão nos intimidar –, declarou.
Izar afirmou ainda que vai encaminhar à CPI dos Sanguessugas documentação que comprovaria sua inocência. Ele disse que suas emendas foram submetidas ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério da Saúde, e foram aprovadas. – Vamos punir os corruptos. Nós somos vítimas desses corruptos, que querem atrapalhar nosso trabalho. Vamos continuar sem medo, de peito aberto – disse. Izar afirmou que há muito tempo vem recebendo ameaças e que isso não irá intimidá-lo. – Recebemos ameaças há muito tempo e dos mais variados tipos. Desde a sentimental, do deputado que senta do meu lado e chora, até outros tipos de ameaças. Encaminhei tudo para a Polícia Federal –, afirmou. O presidente do Conselho de Ética explicou que uma de suas emendas destinadas para a prefeitura de Itabapoã (SP), no valor de R$ 40 mil, teve a concorrência vencida pela Planam, empresa da família Vedoin, apontada como chefe do esquema dos Sanguessugas. Segundo ele, porém, a licitação foi limpa. – A Planam, além das emendas viciadas, também ganhou concorrências não-viciadas, e foram mais de cem –, disse Izar. O deputado disse também que não conhece e nunca viu Luiz Antônio Vedoin nem a suposta lobista Cristianne Mayrink Sampaio Silva Neto. Segundo ele, Cristianne teria ligado esta semana para um amigo seu dizendo ter-se surpreendido com o aparecimento do nome do presidente do Conselho de Ética no escândalo. Izar reuniu-se nesta manhã com o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), sub-relator da CPI dos Sanguessugas, para discutir a votação da proposta de emenda constitucional (PEC) que institui o voto aberto no plenário. Izar disse que vai recomendar aos integrantes do Conselho que trabalhem dentro de seus partidos para aprovar a PEC. Na segunda-feira, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, disse que quer botar a proposta em votação na semana que vem, quando a Câmara realizará mais uma semana de esforço concentrado. AGÊNCIA GLOBO