| 23/08/2006 12h25min
Os relatores dos processos no Conselho de Ética do Senado devolverão a denúncia encaminhada pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), para que a Mesa do Senado encaminhe uma representação contra os três senadores citados no relatório parcial da CPI dos Sanguessugas. Com isso, os processos contra Ney Suassuna (PB), ex-líder do PMDB, Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT) devem ser abertos imediatamente.
A proposta dos três relatores foi levada à votação e aprovada por unanimidade no conselho. Como o senador Jefferson Peres (PDT-AM) não estava presente, o senador Cesar Borges (PFL-BA) foi nomeado e votou pelo colega. As denúncias serão devolvidas nesta quarta à Mesa.
Na terça-feira, Renan encaminhou ao Conselho uma denúncia, e não uma representação, contra os senadores Suassuna, Malta e Slhessarenko, o que, na prática, atrasa a abertura dos processos de cassação até depois das eleições. Se tivesse encaminhado uma representação contra os três, o processo já poderia ser aberto. Renan tentou justificar a alteração no rito de cassação alegando que tem que dar prazo para os acusados apresentarem suas defesas e que a Mesa do Senado não poderia ficar responsável por abrir os processos e colher as provas. – Eu recebi um relatório parcial e precisava garantir o direito de defesa. Ou a Mesa iria fazer isso para, em conseqüência, representar, ou mandaria para o Conselho de Ética fazer isso, que é o órgão que foi criado exatamente para fazê-lo –, afirmou. Já na Câmara dos Deputados, o presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), abriu nesta terça-feira os processos contra 67 parlamentares citados no relatório preliminar da CPI dos Sanguessugas. Os deputados suspeitos não têm mais a prerrogativa de renunciar para evitar o risco de cassação e da perda dos direitos políticos AGÊNCIA GLOBO