| 22/08/2006 14h04min
Uma decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai atrasar a abertura e o julgamento dos processos contra os três senadores citados pelo relatório parcial da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas de envolvimento no esquema de compra superfaturada de ambulâncias. O envio dos casos ao Conselho de Ética do Senado foi feito em forma de denúncia e não como representação.
De acordo com regimento, caberá agora ao relator buscar provas contra os parlamentares e indicar se há ou não indícios de irregularidades. O parecer deverá ser votado pelo Conselho de Ética e depois encaminhado à Mesa Diretora do Senado. Caberá a Mesa definir se faz ou não representação contra o parlamentar e encaminha ao Conselho de Ética. Só então, o processo será instaurado e novos relatores podem ser designados. O presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto (PMDB-MA), explicou que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), encaminhou ao conselho uma denúncia contra os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES). O senador João Alberto disse que a representação no Conselho de Ética só poder ser feita pela Mesa Diretora ou por um partido político. No caso do Senado, o presidente da Casa não reuniu a Mesa e enviou a denúncia da CPI diretamente para o Conselho de Ética. Na Câmara, os processos foram abertos diretamente no Conselho após requerimento do PV. Questionado se o envio como denúncia e não representação foi uma estratégia de Renan Calheiros para atrasar o julgamento dos processos, o presidente do Conselho de Ética disse acredita que não. – Eu acredito que não. Ele recebeu a denúncia, encaminhou a mim. Recebeu como denúncia e não como representação – afirmou. AGÊNCIA BRASIL